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Diferentes estilos de arte mesclam-se em montagem com supervisão de Inez Viana

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Júlia volta à casa onde cresceu, fechada há oito anos. As caixas da mudança misturam-se às paredes que guardam a história do lugar. O áudio de uma antiga fita cassete leva-a a revisitar seu passado, rever a figura materna, enfrentar o fantasma do pai, fracassos pessoais (casou-se quatro vezes) e redescobrir seu lugar no mundo. Júlia traz tintas de Juliana Terra, sua intérprete, e da artista visual Carolina Chediak. As duas são as criadoras de “Quem sabe aqui”, peça que mescla diferentes linguagens artísticas -- teatro, performance, artes visuais e música sob a supervisão de Inez Viana. E ocupará, a partir de 5 de setembro, uma casa no bucólico bairro do Jardim Botânico.

O processo de criação de “Quem sabe Aqui” aconteceu, durante meses, dentro desta casa. Elas ocuparam esse espaço, que tal como a casa da trama, ficou fechado por 8 anos. As paredes, memórias e referências de Juliana Terra e Carol Chediak deram corpo a um texto carregado de vivências pessoais, que convida o público a revisitar sua própria casa de infância.

Texto amadurecido, foi mostrado a Inez Viana. Ao ver que o trabalho trazia muito das duas e que não eram poucas as referências àquele espaço, sugeriu que o resultado fosse apresentado ali. “Vocês estão falando desse espaço. A montagem tem de acontecer aqui”, ratificou.

Aceito o argumento, um novo desafio: a casa seria ocupada em parte ou na sua totalidade? Venceu a segunda opção, e o local passou por adaptações. A falta de bilheteria suscitou a idéia da venda de ingressos por telefone (ver serviço) etc. Permanecer proporcionava um desejado intercâmbio artístico. E a biblioteca recebeu performance; um dos quartos, um piano; a banheira, a projeção de um vídeo... E o espetáculo foi ganhando corpo.

Por que não atrair o espectador para o que é narrado através de experiências sensoriais? E o quarto infantil passou a cheirar a lavanda. Vinho e café são oferecidos ao público no início e fim das sessões, respectivamente, por uma silenciosa governanta (Gustavo Barros), o primeiro de uma série de nomes escalados para participações especiais. Os pais de Júlia, assim como a criança que ela fora, são personificados e apresentados como arquétipos, convidando o público a ir de um cômodo a outro, por exemplo. E, assim, o espetáculo ganha, além de corpo, personalidade.  Que sejam todos bem-vindos a essa casa!

Serviço:

Temporada: de 5 de setembro a 2 de novembro

Dias e hora: sextas e sábados, às 21h. Domingos às 20h

Ingressos: R$ 80 (inteira) e R$ 40 (para os casos previstos em lei)

Local: Rua Corcovado, 146 (entrada pela Lopes Quintas)

Ingressos entregues nos domicílios, após solicitados em horário comercial pelo telefone 986337074