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Maiores nomes da Street Art do mundo na Caixa Cultural, no Rio

Exposição gratuita traz nomes como Banksy, HowNosm, Jef Aerosol e Pancho

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 Reunindo os nomes mais atuais da Street Art, a Caixa Cultural do Rio de Janeiro apresenta a partir de 2 de Agosto,  a exposição “Street Art – Um panorama urbano” cuja curadoria de Leonor Viegas apresenta uma diversidade de artistas, técnicas e estilos - estêncil, pôster, colagem, instalações, vídeo-artes, entre outras. No dia 2 de agosto, a exposição terá uma visita guiada, às 15h. 

 Trabalhos do inglês Banksy, dos franceses Jef Aerosol e Rero, dos italianos Pixel Pancho e da dupla StenLex, dos irmãos americanos HowNosm, dos portugueses  ±MaisMenos± e Vhils, dos brasileiros Herbert Baglione e Nunca, serão expostos na galeria 4, com entrada franca para visitação de terça a domingo das 10h às 21h, até o dia 12 de Outubro. Após esta data, a exposição segue para Brasília.

Depois de visitar a exposição Au – de là du Street Art (Street art - Além da Rua), realizada em 2012, no Musèe de La Poste, na França, Luiz Prado, produtor do projeto, ficou impressionado com a reunião de grandes nomes da street art numa mostra coletiva.

 “No caso da França, havia um interesse maior em dar destaque à cena francesa. Eu queria fazer uma exposição mais cosmopolita, que pudesse mostrar esse panorama de arte no mundo. Convidei então, Leonor Viegas, produtora e curadora portuguesa, para levantar o projeto. Ela realizou grandes projetos de intervenções urbanas não só em Portugal mas um pouco por toda a Europa e também aqui no Rio de Janeiro. Nossa ideia foi realmente traçar um panorama do street art no mundo, mostrando os artistas que têm uma intensa produtividade e que são referência neste universo. A ideia é que tenhamos peças inéditas desses artistas, alguns deles realizando trabalhos que reflitam o olhar deles para o Brasil. Acredito que a exposição poderá estabelecer um diálogo maior com o público,” explica Luiz Prado, produtor do projeto.

 Para este projeto, os artistas ±MaisMenos±, Nunca, Herbert Baglione, as duplas StenLex e HowNosm, Jef Aerosol, Pixel Pancho e Rero apresentam obras especialmente concebidas para a mostra do Rio. Destaca-se ainda obra uma inédita do inglês Banksy, o nome mais conceituado da street art, atualmente. "Everyday a Fresh Load of Compromise", de 2006, é uma peça única, cedida por um colecionador especialmente para a exposição. Além dela, mais um trabalho do artista estará na exposição.

Para Leonor Viegas, “diferente de uma exposição em galeria, onde muitas vezes o objetivo principal é a venda, estamos dentro de um museu, na Caixa Cultural, onde todos tiveram liberdade de expressão para criar. Existe uma transposição do espaço público para a galeria onde todos se adaptam de diferentes formas. Todos os nossos esforços são para que os artistas deixem suas marcas pelas ruas da cidade; uma vez que este é o fio que os une. É muito importante que as obras destes artistas não fiquem restritas a quatro paredes.”

 A exposição estará em temporada na Caixa Cultural, e os artistas Jef Aerosol, ±MaisMenos±, Rero e Herbert Baglione estarão na cidade a partir do dia 23 de julho para também realizar intervenções externas, deixando seus trabalhos registrados em alguns muros no centro do Rio. 

 “Street Art – Um panorama urbano” tem como objetivo apresentar ao público uma visão mais ampla da arte de rua, apresentando trabalhos de alguns dos mais atuantes artistas do Brasil e do mundo.

Temos o Vhils, um artista jovem que tem sua arte espalhada pelo mundo, usa a destruição para a criação da sua obra, uma técnica muito original. Artistas que utilizam o estêncil, caso do Jef Aerosol, um dos pioneiros da arte urbana no início dos anos 80 e uma referência para os artistas da nova geração. A dupla StenLex cuja arte da colagem é referência em seus trabalhos;  o trabalho centrado na tipografia como o Rero; o estilo etnográfico do Nunca ou ainda o ±MaisMenos±, que utiliza inúmeros vídeos que se tornam virais para espalhar a sua mensagem. Todos eles tiram sua inspiração das ruas e da atual sociedade de consumo, oferecendo seus pontos de vista, bem diferentes de artista para artista”, explica Leonor Viegas.

Conheça mais sobre cada artista que estará na exposição

 Banksy, da Inglaterra

Começou a carreira como artista de grafite em 1990, em Bristol, no Interior da Inglaterra. Sua verdadeira identidade é desconhecida, já sua arte é caracterizada por imagens impressionantes, muitas vezes combinadas com slogans. Seu trabalho mudou o olhar sobre a arte de rua. Com spray, faz críticas políticas, à sociedade e à guerra, mas sempre com um humor sombrio e irônico.

 Além de seu trabalho bidimensional, Banksy é conhecido por sua obra de instalação. Uma das mais célebres contou com um elefante vivo pintado com um papel de parede padrão vitoriano, que gerou polêmica entre os ativistas dos direitos dos animais. O trabalho de Banksy na barreira da Cisjordânia, entre Israel e Palestina, recebeu significativa atenção da mídia em 2005. Ele também é conhecido pelo uso de material protegido por direitos autorais e subversão das imagens clássicas. Um exemplo disso é a versão de Banksy da famosa série de Nenúfares, de Monet, adaptado por Banksy onde aparece todo tipo de lixo e detritos flutuando na água.

 Herbert Baglione, do Brasil

Herbert Baglione teve seu primeiro contato com o Graffiti em 1992.

Em 1999 começou a explorar o espaço urbano de forma única a partir do seu interesse em arquitetura e fotografia. Neste mesmo ano o artista pintou sua primeira sombra em São Paulo.

O projeto que leva o nome de 1000 Shadows começou há 15 anos e visitou diversos Países como por exemplo EUA, França, Espanha, Itália, Alemanha e Tunísia, mas foi na cidade de Parma na Itália, quando em 2013, Herbert teve a credibilidade artística discutida em diversas mídias internacionais, pelo fato de ter pintado um hospital psiquiátrico abandonado.

HowNosm, dos EUA

Raoul e Davide Perre são irmãos gêmeos idênticos conhecidos por sua grande escala de graffiti com base murais que decoram os muros das cidades. As imagens que têm como cores base o vermelho, preto, e branco são imediatamente reconhecíveis e chamam a atenção pelo tamanho impressionante e os intrincados detalhes.

 No início suas obras eram basicamente a escrita tradicional “letterform” grafite. Com o passar dos anos, desenvolveram técnicas únicas. A palheta limitada, juntamente com composições complicadas são os destaques do tipo de arte da dupla, que é visualmente fascinante. O alcoolismo, traição, abuso de poder, e outras ações repulsivas estão em evidência em suas obras. A lata de aerosol é fundamental em todas as suas obras públicas e é o essencial ingrediente que eles usam para criar essas imagens para novos níveis. Execução precisa e determinação é o que têm impulsionado a dupla.

 

Jef Aerosol, da França

Jean-François Perroy, mais conhecido sob o pseudônimo de Jef Aerosol, nasceu em Nantes (França), em 1957. É um dos pioneiros do que hoje é chamado "arte urbana", e uma referência para os artistas de rua da nova geração.

 Costuma pintar celebridades e ícones como Elvis Presley, Gandhi, Lennon, Jimi Hendrix, Basquiat, Amalia Rodrigues e Bob Dylan, mas uma parte muito significativa do seu trabalho é dedicada aos personagens anônimos, como artistas de rua, transeuntes, mendigos, crianças, idosos e pessoas comuns. Pinta as silhuetas em tamanho natural, em tons de preto e branco, sempre enfatizadas com sua famosa e misteriosa seta vermelha, segunda assinatura do artista.

 Em 2011, no Beaubourg (Museu de Arte Moderna de Paris), Jef fez sua maior estêncil de 350 m2, intitulado Chuuuttt. A construção da obra pode ser vista aqui

 

±MaisMenos ± de Portugal

O artista português Miguel Januário estudou design gráfico, mas foi a experiência como grafiteiro que lhe deu uma nova perspectiva sobre como usar o espaço público. Responsável pelo projeto ±MaisMenos±, espalhou o símbolo ± pelas cidades, até que começou a despertar a atenção da mídia. Foi para a rua, anonimamente, perguntar às pessoas se tinham visto algumas das suas intervenções. Uns surpreendentes 70% diziam reconhecer o seu símbolo, apesar de não conseguirem explicar quem estaria na origem da manifestação.

 O que começou como uma forma de questionar o papel dos designers na sociedade tornou-se um projeto de arte. Mesmo assim, mantém-se o fio condutor. Uma das criações mais emblemáticas do artista foi o Enterro de Portugal. Um caixão com a forma do país, exposto em 2012, em Guimarães, reuniu mais de cem pessoas num cortejo fúnebre.

 Nunca, do Brasil

Nunca é um dos mais importantes muralistas do Brasil. Utiliza a técnica do grafite para criar imagens que confrontam um Brasil urbano e moderno com seu passado nativista. Sua tag, Nunca, afirma sua determinação em não estar vinculado a restrições culturais ou psicológicas. O artista perdeu a conta do número de paredes que pintou. Em 2008, foi convidado para pintar a fachada da galeria Tate Modern, uma das mais importantes do mundo, que fica em Londres. Sua obra, O Drible foi feita especialmente para o Edição de Arte Impressa Oficial da Copa do Mundo da FIFA Brasil 2014. Ele retrata um jogo de futebol de rua.

Pixel Pancho da Itália

Artista de rua Italiano, nasceu em Turim em 1984. Foi o seu pai quem lhe ensinou as primeiras cores e formas enquanto pintava ocasionalmente. A narrativa do seu trabalho leva nos a um mundo esquecido que se situa sob uma camada de pó. Nele, os robôs quebrados e amassados são encontrados em decomposição no solo, seu ferro e corpos de cobre enferrujado caindo e colocando como se descartado no esquecimento. Embora a escala de seu trabalho varie, o reino surreal é um fio constante, e penetra através de referências contemporâneas e históricas que dão um sentido relevância dentro do nosso tempo e lugar. A força de referências físicas e gestuais que humanizam estes robôs resultam na marca inconfundível do artista. Como matéria prima para suas obras, o artista utiliza uma grande variedade, tais como: azulejos, pintura de parede, etiqueta da arte, cartazes, etc.

Rero, da França

Nascido em 1983, Rero já expôs em muitas instituições públicas, como o Centro Georges Pompidou, o Musée en Herbe, o Musée de la Poste, Confluências em Paris ou a Antje Øklesund em Berlim.

Sua técnica transita entre a arte urbana e arte conceitual. Rero questiona o contexto da arte, bem como os códigos que governam imagens e propriedade intelectual com uma sigla que surge regularmente em suas peças: WYSIWYG (What You See Is What You Get - O Que Você Vê é o Que Obtém).

 StenLex, da Itália 

Sten (de Roma) e Lex (de Taranto), ambos nasceram em 1982 e trabalham juntos desde 2000.  Pioneiros no uso de estêncil, na Itália, a dupla investe nas ruas de Roma desde 2001. Eles obtiveram rapidamente fama internacional graças aos  impressionantes retratos de pessoas anônimas colados nas cidades de todo o mundo. Sua arte é feita de milhares de tiras de papel, que compõem retratos de pessoas que os artistas fotografam, encontrados entre os álbuns de família ou que são apenas pessoas anônimas.

 Em 2008, participaram do Festival Cans organizada por Banksy, com mais 39 artistas de todo o mundo. Eles exibiram suas obras em um túnel abandonado perto de Leake Street, no sudeste de Londres. Em 2010, começaram a produzir o que eles chamam de "Stencil Poster". A técnica deriva da união de duas das principais técnicas de arte de rua, o estêncil e o pôster.

Vhils, de Portugal 

Artista português Alexandre Farto, conhecido como Vhils, não cabe em um rótulo, ele cria em diferentes estilos. O artista desenvolve uma técnica de desconstrução para criar rostos e mensagens que encantam o público. Publicidade de outdoors, gesso e materiais não convencionais - como ácido e água sanitária - são utilizados em sua criação.

 Recentemente fez um importante trabalho em comunidades do Rio de Janeiro. Nas favelas do Morro da Providência e comunidade dos Tabajaras cravou os rostos dos moradores destas favelas, que haviam sido despejados das suas casas por conta de interesses imobiliários, dando voz e rosto a este problema.

 A Caixa Cultural fica na Av. Alm. Barroso, 25 – Centro - Rio de Janeiro. Para mais informações: (21) 3980-3815