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Morre aos 87 anos o escritor Ariano Suassuna

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Morreu nesta quarta-feira, aos 87 anos, o escritor Ariano Suassuna. Ele estava internado no Real Hospital Português, no Recife desde o último dia 21. O velório ocorre no Palácio do Campo das Princesas, sede do governo estadual, que decretou luto oficial de três dias. O sepultamento está previsto para a tarde de quinta-feira (24), no cemitério Morada da Paz, em Paulista, no Grande Recife.

Suassuna passou mal em casa, na noite de segunda-feira (21), e foi levado ao hospital por volta das 20h, após sofrer um acidente vascular cerebral (AVC) do tipo hemorrágico. 

Às 23h, terminou a cirurgia de emergência para a colocação de dois drenos, com o objetivo de controlar a pressão intracraniana provocada pelo AVC. Desde então, o escritor estava internado na UTI Neurológica.

No ano passado, o escritor sofreu um infarto, e dois dias depois de receber alta, deu entrada novamente no hospital por causa de um aneurisma cerebral.

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Na última sexta-feira (18), Ariano Suassuna participou de uma aula-espetáculo, no Festival de Inverno de Garanhuns, no agreste pernambucano.

O escritor, dramaturgo e poeta Ariano Suassuna, 87 anos, nasceu na Paraíba, mas morava no Recife. É autor de peças teatrais, como O Auto da Compadecida, e de romances, como A Pedra do Reino. Desde 1990, ocupava a cadeira 32 da Academia Brasileira de Letras.

Suas primeiras peças foram Uma Mulher Vestida de Sol, Cantam as Harpas de Sião, Os Homens de Barro, Torturas de um Coração, O Castigo da Soberba e O Rico Avarento. Após conciliar a carreira de escritor com a advocacia, resolveu abandonar esta última para se tornar professor na Universidade Federal de Pernambuco.

Idealizou o Movimento Armorial, que propôs a criação de arte erudita a partir de elementos da cultura popular nordestina, e teve obras traduzidas para inglês, francês, espanhol, alemão, holandês, italiano e polonês.

Lista de obras de Ariano Suassuna

Teatro

Uma mulher vestida de Sol (1947)

Cantam as harpas de Sião ou O desertor de Princesa (1948)

Os homens de barro (1949)

Auto de João da Cruz (1950)

Torturas de um coração (1951)

O arco desolado (1952)

O castigo da soberba (1953)

O rico avarento (1954)

Auto da compadecida (1955)

O casamento suspeitoso (1957)

O santo e a porca (1957)

O homem da vaca e o poder da fortuna (1958)

A pena e a lei (1959)

Farsa da boa preguiça (1960)

A Caseira e a Catarina (1962)

As conchambranças de Quaderna (1987)

Fernando e Isaura (1956)

Romance

A História de amor de Fernando e Isaura (1956)

O Romance d'A Pedra do Reino e o Príncipe do Sangue do Vai-e-Volta (1971)

História d'O Rei Degolado nas caatingas do sertão / Ao sol da Onça Caetana (1976)

Poesia

O pasto incendiado (1945-1970)

Ode (1955)

Sonetos com mote alheio (1980)

Sonetos de Albano Cervonegro (1985)

Poemas (antologia) (1999)