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Crítica: ‘Se Beber Não Case - Parte III’  

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Todos sabem que a franquia Se Beber Não Case nasceu ao acaso. O primeiro filme da trilogia chegou aos cinemas de maneira muito tímida, com pretensão singela perto do potencial que mais tarde mostrou ter: faturou mais de US$ 270 milhões nas bilheterias. O sucesso, naturalmente, fez nascer a expectativa para um segundo longa. No entanto, mesmo com orçamento de US$ 80 milhões (mais que o dobro do primeiro), a Parte II da série acabou ficando atrás do original nas bilheterias.

Prometendo bater o recorde de faturamento da franquia, Se Beber Não Case Parte III, também sob direção de Todd Phillips, estreia com várias surpresinhas que podem dividir os fãs. A mais gritante delas é que, dessa vez,a história não começa no dia seguinte de uma festa, com preocupações para se descobrir ou resolver problemas oriundos do que aconteceu na noite anterior. Ao invés disso, acompanha-se uma história um tanto previsível e um pouco mais abobalhada do que se gostaria.

Após a morte do pai de Alan, os amigos e familiares do barbudo percebem que pouco podem fazer por sua condição de saúde a não ser interná-lo em uma clínica psiquiátrica. Para encorajá-lo, o "Bando de Lobos" se reúne para levá-lo até a clínica que fica no extremo oposto dos Estados Unidos. Nessa viagem o grupo é surpreendido por Marshall, um criminoso que foi roubado pelo astuto Mr. Chow numa quantia que não se consegue contar. Na tentativa de recuperar o ouro roubado, o ricaço sequestra Doug como garantia de que os amigos irão encontrar Chow e retomar a fortuna dele.

A novidade de não utilizar a mesma estrutura de roteiro dos filmes anteriores pode ter sido ao mesmo tempo uma ótima escolha e um tiro no pé. Uma ótima escolha por entender que não há mais surpresa/inovação nesse mote e que era necessário criar algo novo para concluir a franquia, mas um tiro no pé por retirar do longa a assinatura principal da trilogia, que, inclusive, dá nome aos filmes (“Hangover”, inglês para Ressaca).

Na Parte III não há mais tantos acontecimentos absurdos e desastrados, fatores que acumulavam grande responsabilidade na graça dos primeiros filmes. Portanto, dessa vez a comicidade fica muito a cargo dos atores, e menos relacionada às situações em que os personagens se encontram. ZachGalifianakis, Bradley Cooper e Ken Jeongpossuem indiscutível destaque nesse quesito, trazendo à tela um ritmo afiado de comédia que garante algumas risadas. Galifianakis ainda vai mais longe e consegue atingir lugares muito interessantes dando vida ao Alan mais perturbado de todos os filmes.

No entanto, Se Beber Não Case Parte III sofre de um problema comum em sequencias: não supera as expectativas criadas pelos filmes anteriores, principalmente por ter estabelecido um padrão bastante alto logo de início. Isso não quer dizer, no entanto, que seja um filme ruim. É um ótimo pipoca, uma diversão fácil a quem gosta do gênero, mas certamente deixa a desejar a quem espera um filme melhor que os primeiros da franquia. À exceção da cena final, que dá muitas risadas de presente a quem se decepcionou com tudo que veio antes. Além da esperança, aos fãs, de ver mais um longa nas telas. Quem sabe...

Cotação: *** (Ótimo).