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Documentário 'Meu Amigo Cláudia' estreia em circuito comercial no dia 30 

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A Piloto anuncia o lançamento no dia 30 de maio, em circuito comercial do documentário Meu amigo Cláudia, com direção de Dácio Pinheiro. O longa-metragem apresenta a trajetória de Cláudia Wonder, travesti que, além de ativista da causa dos direitos homoafetivos, era uma conhecida atriz, cantora e performer que agitou a cena underground paulistana principalmente na década de 1980. 

A exibição do filme integra a programação cultural da Parada GLBT 2013 de São Paulo, que acontece no dia 2 de junho.

O documentário, com título baseado em uma crônica escrita por Caio Fernando Abreu, conta a história de Cláudia Wonder e apresenta o perfil de engajamento político dela que foi uma das pioneiras responsáveis por quebrar o paradigma marginalizado vivido pelas travestis e transexuais. 

“Nascida na cena underground paulistana, Cláudia teve seu talento reconhecido neste cenário, em meio aos punks, góticos, artistas, autores e diretores da época. Entendo esta obra como o registro do legado de uma figura marcante e fundamental para nossa história”, comenta Dácio Pinheiro, diretor do filme. 

Costurado por testemunhos da artista, Meu amigo Cláudia também traz uma série de depoimentos de personagens marcantes dos anos 80, como Zé Celso Martinez Corrêa, Kid Vinil, Grace Gianoukas, Sérgio Mamberti, Leão Lobo e Glauco Mattoso, entre outros. 

“Foi realizado um extenso trabalho de pesquisa e levantamento de materiais para execução deste projeto”, comenta Daniel Soro, sócio-diretor da Piloto e produtor executivo do filme. “Buscamos conteúdo de acervo pessoal, em emissoras de TV, revistas, jornais e até fanzines para fazermos um estudo da pessoa e da representatividade de Cláudia. É muito gratificante ver estas peças se juntando, construindo um mosaico que documenta parte de uma história pouco explorada e desconhecida por muitos”, finaliza.

Transgressão e engajamento político

Tendo a década de 1980 como pano de fundo, o filme Meu amigo Cláudia documenta o cenário cultural e político do País nos últimos 30 anos, com fortes menções a questões relacionadas à cultura pop, comportamento e diversidade sexual. “Podemos ter uma noção do engajamento político de Cláudia ao vê-la apoiando movimentos como o das Diretas Já, ou ao cantar – ao lado de outras travestis – o Hino Nacional na Prefeitura de São Paulo”, exemplifica o diretor do filme. Pinheiro conta que, na ocasião, Cláudia foi convidada a participar da inauguração do primeiro Conselho Municipal de Atenção à Diversidade Sexual, em 2005.

Marco Antônio Abrão era seu nome de batismo, mas foi como Cláudia Wonder que a performer marcou história na noite paulistana e na defesa dos direitos LGBT. “Nas pesquisas de materiais para o filme encontramos pérolas como o primeiro pornô brasileiro com uma travesti – Sexo dos anormais, com direção de Alfredo Sternheim –, um vídeo de sua participação na peça O homem e o cavalo, encenada por Zé Celso Martinez Corrêa e participações em longas como O marginal e A próxima vítima”, comenta Pinheiro. 

O filme também revela a veia musical da multiartista que, nos anos 80, foi vocalista das bandas de rock Jardim das Delícias e Truque Sujo. Em 2007, Wonder lançou seu CD solo, denominado Funkydiscofashion

Ficha Técnica

Com depoimentos de Claudia Wonder, José Celso Martinez Corrêa, Glauco Mattoso, Sergio Mamberti, Grace Gianoukas, Leão Lobo, Leilah Rios, Alfredo Sternheim, Kid Vinil, Edward MacRae, Reka, Ézio Fernandes de Avilla entre outros.

Meu amigo Cláudia

Direção: Dácio Pinheiro.

Produção: Piloto.

Produção executiva: Daniel Soro, Alexandre Chalabi, Biba, Werdeisheim, Chica Mendonça e Clarice Reichstul.

Roteiro: Daniel Chaia.

Fotografia: Pierre de Kerchove.

Montagem: Rodrigo Menecucci.

Edição de áudio: Anvil FX.

Música Original: Anvil FX.

Direção de Produção: Mariana Guerra.

Distribuição: Festival Filmes.

Contato: [email protected].

35mm – DCP – Duração: 80 minutos – Cor – São Paulo, 2012.