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Rock in Rio 2013: Roberta Medina diz que público definirá headliners

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Roberta Medina, já aos 22 anos, viveu o que chama de "insanidade do pai", Roberto Medina - idealizador do Rock in Rio -, que a colocou como gerente de produção na terceira edição do festival, em 2001. Da vivência de garota nos camarins das primeiras edições, em 1985 e 1991, assumiu o posto, cuidou na sequência das edições europeias, e agora, aos 34 anos, volta ao Rio de Janeiro para comandar a quinta realização do festival em solo brasileiro. Uma nova Cidade do Rock pela frente, que ela conta nesta entrevista exclusiva ao Terra os primeiros detalhes da organização.

>> Rock in Rio 2013 terá Springsteen, Metallica e Iron Maiden

Em coletiva de imprensa realizada na tarde desta terça-feira (16), aos pés do Cristo Redentor, a organização do Rock in Rio 2013 confirmou três atrações para o line-up da quinta edição brasileira do festival, que acontece nos dias 13, 14, 15, 19, 20, 21 e 22 de setembro do ano que vem: Bruce Springsteen, Iron Maiden e Metallica.

Terra - O que vai ter de diferente no Rock in Rio 2013?

Roberta Medina - Algumas coisas importantes. Reduzindo a capacidade do espaço de 100 mil pessoas para 85 mil por dia, é aquilo que o Roberto (Medina) fala sobre ter uma Cidade do Rock ainda mais confortável. Para as pessoas ficarem mais à vontade, estamos falando de 13 horas de festa, então, que as pessoas possam estar com um espaço cômodo para sentar e brincar. Temos também a Rock Street, que vai passar por uma grande renovação. Para você ter uma ideia, em 2011 ela era inspirada em New Orleans, foi a primeira vez que um espaço como esse teve a mesma avaliação do palco Mundo. Então, a gente decidiu voltar agora, mas inspirada na Grã Bretanha e Irlanda, com música, dança, arte de rua, mas trazendo a cultura desses países para dentro do Rock in Rio.

Terra - Seu pai adiantou que vocês vão montar um palco novo também.

Roberta Medina - Sim. Pela primeira vez na história do Rock in Rio aqui no Rio de Janeiro, que é algo que já fizemos esse ano em Madri e Lisboa, é o palco de Street Dance. É a primeira vez que o Rock in Rio tem um palco somente dedicado à dança. A gente lançou um concurso internacional de bailarinos profissionais e amadores, em seus mais diversos estilos. Já rolou a etapa portuguesa, espanhola, e agora uma etapa brasileira, para depois, pela internet, termos uma etapa internacional. Isso vai animar o público, é impossível ficar parado com as batalhas (de dança, com o público escolhendo o vencedor de cada uma), é muito vibrante.

Terra - O palco Sunset segue com a mesma tendência das jam sessions?

Roberta Medina - Continuaremos a ter os encontros inusitados. Vai ganhar um upgrade interessante que a gente já divulgou, com o George Benson tocando com o Ivan Lins, relembrando a primeira edição do Rock in Rio, depois de 28 anos que os dois tocaram juntos. E toda estrutura do Sunset, do palco, vai crescer. A qualidade dos encontros ali foi bastante alta (na edição passada), mas a ponto do Sepultura com os Tambores de Bronx ficar pequeno para tanta gente.

Terra - Vocês deram uma atenção especial aos metaleiros desta vez, não? Já confirmaram Sepultura, Metallica, Iron Maiden...

Roberta Medina - Sim, até porque agora teremos duas noites para os metaleiros. Metallica e Iron Maiden são dois headliners. Vão ser dois dias inteiros de metal. Sepultura e Tambor de Bronx vão abrir o palco Mundo de um dos dias, ainda não está definido. A gente brinca que eles são os mais ativos nas redes sociais. São muito enlouquecidos. Eles brigam, e quando você divulga algum nome pop eles querem morrer. É muito engraçado. É um público muito fiel, que segue sua banda aonde eles vão, e que por mais que pareçam assustadores por andarem todos de preto, com aquelas coleiras, eles são muito pacíficos. É o publico em que temos menos trabalho em termos de operação. Em 2011, na abertura das portas, eles xingam e gritam, mas quando entram tiram fotos como se fosse a Disney. É muito gostoso isso.

Terra - Você que viu os shows do Bruce Springsteen na Europa, o que dá para falar da apresentação dele na edição brasileira?

Roberta Medina - Sabe que ele é um perigo? Tem que cuidar para ele não ficar muito tempo no palco. O show de Lisboa foi de duas horas e meia. Vou te confessar que eu não era muito fã, não assisti o show inteiro, mas aconteceu uma cena genial no final do show. Eu já estava grávida, e tinha ido para o meu escritório. Aí de repente, ele está tocando ainda e começo a ouvir os fogos de artifício (que marcam o encerramento da noite de cada Rock in Rio). Aí eu falei: 'Jesus, alguém soltou na hora errada!'. Eu saí correndo para o meio do gramado, em pânico, ligando para a equipe técnica para entender o que estava acontecendo. Para minha alegria, foi a banda quem tinha pedido para antecipar os fogos. E nesse momento eu vi umas das coisas mais lindas da história do Rock in Rio. Ele estava regendo a plateia com coreografia, e cantando Twist and Shout, dos Beatles. O cara que toca mais de duas horas, com o repertório que ele tem, terminar o show com Twist and Shout, com o público alucinado, com bracinho coreografado, eu fiquei de queixo caído. Absolutamente único.

Terra - O que dá para soltar sobre os próximos headliners? Vocês só anunciaram três bandas.

Roberta Medina - Só três bandas? Pode apertar o quanto você quiser que dessa laranja não sai mais suco. Risos.

Terra - De qualquer forma, vai seguir as pesquisas que vocês sempre fazem, ou não?

Roberta Medina - Isso, a gente não faz de outra forma. Um evento dessa dimensão, para 595 mil pessoas, não importa o que a Roberta ou Roberto (Medina) gostam, e sim o que as pessoas querem ver. A gente parte do princípio que a gente tem que fazer um Rock in Rio sempre único. O comprometimento com o público é muito alto. Muita gente compra o seu ingresso sabendo que se comparar com outros festivais, é como se fosse "de graça". Você tem mais de 30 shows por dia. Não tem nada mais barato do que o Rock in Rio. A (entrada) inteira do Rock in Rio é R$ 260. A gente tem esse compromisso, pois a gente sabe o esforço que muita gente faz para ter esse momento único, e o line-up acompanha esta mesma relação.