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"É óbvio que eu namoraria uma negra", diz filho de Bolsonaro

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O filho do deputado federal Jair Bolsonaro minimizou as declarações do pai, que foi acusado de racismo e homofobia após uma entrevista ao programa "CQC". Deputado estadual no Rio de Janeiro, Flávio Bolsonaro ressaltou que seu pai não escutou direito a pergunta de Preta Gil e garantiu que namoraria uma mulher negra. 

"Hoje, obviamente, eu não teria nada com mulher alguma exceto a minha esposa, até porque sou muito bem casado. Mas, antes disso, nunca me importei com a cor das mulheres, é óbvio que namoraria uma mulher negra. Procuro numa companheira algo muito mais importante do que a cor da pele", garantiu. Para ele, o pai se confundiu na hora da pergunta porque já tinha sido bombardeado sobre uma série de perguntas sobre homosexualismo. 

"A pergunta da Preta Gil foi bem clara, não há brecha de dúvida para isso. O problema é o contexto, meu pai já tinha respondido perguntas sobre homosexualismo e acabou se confundindo. Ele tem um longo histórico de batalhas que, todos sabem, nunca incorporariam o racismo. Só porque somos contra as cotas raciais, não quer dizer que somos racistas. Meu pai não é nenhum monstro como estão pintando, sempre foi muito compreensível e nunca encostou um dedo em mim". 

Homofobia

Apesar de ressaltar que as acusações de racismo não condizem com a conduta dos Bolsonaro, Flávio deu total apoio ao pai quando o assunto é o homosexualismo. Sem se considerar homofóbico, o deputado estadual ressaltou que não se orgulharia de ter um filho gay. 

"Me orgulharia de ter um filho vencedor, um filho com um bom emprego, um filho que contribuiu para o país. Para mim, não tem essa de orgulho heterosexual ou homosexual. Claro, sou bem sincero quando digo que não gosto de ver dois homens barbudos se beijando, acho nojento. Também não me sentiria confortável em ver meu filho me apresentar seu namorado. Sei que muita gente pensa como eu e meu pai, senão nós não seríamos eleitos. O ódio dos homosexuais mostra como os intolerantes são eles, não nós. Só queremos expor a nossa opinião, assim como eles. Tenho amigos homosexuais, não tenho preconceito algum. Meu cabelereiro é gay, e é uma pessoa que eu admiro muito". 

Alvo de provocações nas passeatas gays em função do seu posicionamento, Flávio revelou que já foi cantado por homosexuais em plena Alerj. 

"Não lembro o que estava sendo votado, mas muita gente da causa gay estava no plenário. Quando eu estava saindo de lá, todos eles começaram a me chamar de lindo. Cada um cuida da sua sexualidade e estou seguro da minha, mas não é a minha praia". 

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