ASSINE
search button

França restaura 'Salão dos Espelhos' em Versalhes

Compartilhar

REUTERS

PARIS - A França mostrará na próxima semana uma de suas mais belas obras arquitetônicas, o Salão de Espelhos do Palácio de Versalhes, depois de uma restauração que infundiu vida novas às cores que durante anos ficaram obscurecidas por sujeira acumulada.

O Salão de Espelhos, que testemunhou a assinatura do Tratado de Versalhes após a 1a Guerra Mundial, passou por uma restauração que levou três anos, custou 12 milhões de euros (US$ 16,08 milhões) e, segundo autoridades, vai trazer de volta seu esplendor sem recorrer a métodos de 'rejuvenescimento' artificiais.

O arquiteto chefe dos monumentos históricos franceses, Frederic Didier, disse ao diário 'Le Figaro' que o salão agora parece 'uma senhora velha, mas esfuziante.'

- E as rugas de seu rosto contam uma história - disse ele.

Construído em 1684 por ordem do 'rei Sol', Luís XIV, o Salão, que deve seu nome aos 357 espelhos que se estendem por toda sua extensão de 73 metros, foi o ponto central de um palácio projetado para destacar o poder e a glória do monarca.

Sua decoração é vista como o ápice da arte européia do século XVIII, um período em que o poder e a influência da França alcançaram seu ponto mais alto.

Um enorme conjunto de pinturas do artista Charles Le Brun no teto abobadado mostra uma série de cenas alegóricas retratando acontecimentos do reino de Luís XIV, desde as batalhas na Guerra Holandesa até suas reformas econômicas e administrativas.

Luís XIV usava a galeria para ocasiões cerimoniais de importância especial, incluindo uma recepção dada ao embaixador do rei do Sião em 1686. Foi também ali que o vitorioso rei da Prússia, Wilhelm 1o, proclamou a inauguração do Império Alemão, depois da Guerra Frano-Prussiana em 1871.

Versalhes faz parte da lista das Nações Unidas de lugares que integram o patrimônio cultural mundial, mas, ao longo dos anos, a cor luminosa das pinturas tinha se escurecido.

Alguns dos espelhos tinham ganho riscos e perdido sua cor.

- Francamente, estava tudo escuro. As telas de Le Brun tinham assumido um ar muito acadêmico e escuro, sendo que o pintor foi um grande colorista - disse Didier.