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SP Fashion Week: Fabia olha os 80

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Iesa Rodrigues, Agência JB

SÃO PAULO - Fábia é garota, geração Alexandre Herchcovitch, mas desenha bem, admira as ilustrações psicodélicas dos anos 70 e a New Age dos 80. Pode parecer repetitivo, mas Fábia Bercsek deu um jeito de agradar à platéia já um tanto cansada, no fim da tarde de sábado. O motivo: roupas simples, em cores de pedras brasileiras (lilás, verde-claro, cinza, rosa) com detalhes como triângulos recortados junto aos decotes, flores roxinhas na barra de vestidos de seda, muitas calças estilo jogging, para uso urbano e práticas saias armadas por franzidos e renovadas por cintos de fivelões. O melhor de tudo foi o lado didático. As modelos voltaram depois de uma entrada, e vieram com roupas quase idênticas às primeiras, convertidas em conjuntos para festas e noite. Esta versatilidade é o sonho de consumo das mulheres atuais.

Quando ao estilo, Fábia é melhor nos tricôs, divertidos pelos arremates de borlas na barra dos pulôveres e ecléticos no comprimento oversize. Note-se também o acabamento do desfile, com belas botas de cano longo, brincos de metal esmaltado em forma de chave. E mais as ombreiras insinuadas e a estampa de cogumelos, ícones da New Age dos anos 80

Rodapé:

Cada vez maior a papelada depositada nas cadeiras. É a descrição da coleção, a ficha técnica, os folders dos patrocinadores e fornecedores, os cursos do Senac, um pacotinho de absorvente, uma caixinha sei lá com que, o cartão que oferece uma sessão de depilação, uma sacola de plástico. Fica uma pilha de objetos sobre o exíguo espaço dos banquinhos de papel cartão.

A silhueta de Fábia lembra o auge do francês Claude Montana, rei da moda nos anos 80. Quem diria, ele já é referência.

Até uma hora atrás, o estilista da Vide Bula, cujo desfile está marcado para as 20h15, ainda esperava pela chamada de seu vôo, em Belo Horizonte.