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SP Fashion Week: Ikezili, natural

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Iesa Rodrigues, Agência JB

SÃO PAULO - Fibra de bambu tingida com urucum, botas de cano alto feitas em tecido e a malha dupla, versão do neoprene para uso fora do mar foram algumas maneiras que Erika Ikezili encontrou para se integrar na onda naturalista que assola a semana de moda de São Paulo. Além destes materiais, que fornecem notícias para os repórteres convidados, a estilista deu um tempo nas suas técnicas de origami e nos coloridos fortes japoneses. Esta decisão repercutiu bem no resultado final, esta foi uma de suas melhores coleções. Ainda há franzidos e recortes em forma de triângulos e estrelas, alusões a um universo infantil, mas são modernizadas pelo tal tecido tipo neoprene cinza. Ele dá uma base alegórica para peças mais fáceis, como blusas em jérsei com estampa pixelada ou um ziguezague que lembra Missoni dos anos 60. As malhas listradas com lurex encontram modelagens com repuxados e franzidos, bem diferentes do clássico e batido estilo marinheiro.

Rodapé:

A maior parte dos materiais de Erika Ikezili é da Tecelagem Santa Constância, de onde saem os jérseis Fluity, a malha dupla e a malha de bambu. Esta malha demorou 18 meses a ser desenvolvida. O começo foi a técnica dinamarquesa ensinada aos índios do Xingu, para que pudessem extrair e utilizar as plantas brasileiras como tingimento. A representação Bpar passou para a Santa Constância a técnica à base de urucum, e depois de quase dois anos de pesquisas a tecelagem é a primeira indústria brasileira a tingir industrialmente a fibra de bambu com anilina natural. Este projeto foi levado para Davos.