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Teatro Scala de Milão abre temporada com Aida de Zeffireli

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Ansa

MILÃO -

A temporada 2006-2007 do teatro Scala de Milão, o mais importante palco lírico da Itália e um dos mais famosos do mundo, será inaugurada amanhã com a ópera "Aida" de Giuseppe Verdi, sob direção do aclamado diretor Franco Zeffirelli.

"Aida" é a ópera que mais vezes inaugurou a temporada do teatro de Milão, oito no total, contra as sete de "Don Carlos" e "Otelo", sendo que foi representada em 365 ocasiões desde a primeira, em fevereiro de 1872, dirigida pelo próprio Verdi.

A estréia em Milão foi seis semanas depois da estréia mundial, em 24 de dezembro de 1871, encomendada pelo vice-rei do Egito, Ismail Pashá, para comemorar a inauguração - quase um ano antes - do canal de Suez.

A ópera é dona de vários recordes, já que requer para sua montagem 7 mil metros de tubulações, cerca de 117,5 Kg de ouro em pó e outra grande quantidade de vidro em resina, 40 metros cúbicos de madeira, 20 metros cúbicos de poliéster e 200 Kg de cola vinilica.

A isso se somam os 400 trajes confeccionados para as 310 pessoas que estarão no cenário, incluindo os 33 músicos do desfile triunfal do primeiro ato.

"Aida" bateu nesse ano todos os recordes de venda de entradas do teatro: em doze horas todos os lugares para as 11 apresentações de 7 de dezembro até 12 de janeiro se esgotaram e somente será possível comprar as 140 entradas do "gargarejo" (último piso) duas horas antes da apresentação.

Esta é a quinta vez que Franco Zeffirelli inaugura uma temporada no Scala de Milão. A primeira foi em 1963, com outra "Aida", mas promete para esta apresentação um espetáculo hollywoodiano em branco, dourado, cinza e bronze para a cena final, além de um balé "escandaloso" com Roberto Bolle vestido somente com um pequeno tapa-sexo.

Esta é a primeira temporada do novo diretor artístico, o francês Stéphane Lissner, que decidiu ficar sem diretor musical depois da demissão de Riccardo Muti em abril de 2005, porém existe a possibilidade de o argentino Daniel Barenboim substituí-lo depois de um período de "ensaio" de 2007 até 2012.

Riccardo Chailly, ex-diretor do Municipal de Bolonha e do Concertgebouw de Amsterdã, e atual da Gewandhaus e a Ópera de Leipzig, excluído do Scala pela eterna antipatia de Muti a respeito de possíveis rivais, será o diretor da "Aida" inaugural, cantada por Roberto Alagna (Radamés) e Violeta Urmana (Aida).

Entre os convidados mais notáveis da inauguração, que por tradição é celebrada na ocasião da festa de San Ambrosio (padroeiro da cidade), estará a chanceler alemã Angela Merkel, o prefeito de Tel-Aviv, Ron Huldai, e o presidente grego, Karolos Papoulias.