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B.B. King, um garotão de 81 anos, encanta público seleto SP

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Agência JB

SÃO PAULO - "Vocês estão cansados?", perguntou B.B. King à platéia, quase ao final do show no Bourbon Street Music Club, em São Paulo, nesta quinta-feira. Essa foi uma das muitas piadas que o rei do blues fez com a própria idade, 81 anos.

Mas, apesar das brincadeiras e da excelente disposição, o cantor e guitarrista reafirmou que esta é sua turnê de despedida, a Farewell World Tour, após a qual ele passará a tocar apenas nos Estados Unidos.

O primeiro show da turnê no Brasil atraiu a nata do PIB nacional. Trezentas pessoas pagaram de R$ 900 a R$ 2,3 mil para ver de perto a lenda viva do blues. Tão perto que ele chegou a puxar conversa com pessoas sentadas nas primeiras filas.

"Quando eu era jovem, tinha um bigode igual ao seu", disse para um senhor. No intervalo entre duas músicas, chamou uma senhora à frente do palco e beijou a mão dela.

Muito falante, não poupou referências sexuais ao contar seus mosos "causos".

- Muita gente me diz que, com essa idade, certamente recebo assistência médica. Sim, tenho o doutor Viagra - E mais - Uma garota me disse que o marido dela devia se consultar com meu "doutor". Eu perguntei sua idade e ela disse que tinha 23 anos. Então falei: 'Esqueça seu marido e venha comigo - Gargalhadas gerais na platéia.

O velhinho com jeito de garotão, mesmo sentado o tempo todo, requebrou-se, fez pose de roqueiro e suas famosas caras e bocas, sendo aplaudido a cada trejeito. E mostrou que não só o espírito permanece jovial. Soltou o vozeirão ainda potente em músicas como 'I love you so bad', e fez em sua guitarra Lucille os vibratos que marcaram a história do blues.

Como havia prometido na coletiva à imprensa, um dia antes, o repertório foi mais animado que o da turnê anterior, em 2004, com várias músicas em ritmo pulsante, como 'Bad case of love', 'Rock me baby' e até o clássico de New Orleans 'When the saints go marching in'.

Depois de quase duas horas de show, não houve bis. Antes de ir embora, ele chamou ao palco o grande guitarrista de jazz Stanley Jordan, que assistiu ao espetáculo na primeira fila, mas frustrou os que imaginavam ver uma jam session entre os dois. Ninguém reclamou, afinal já tinha sido uma noite memorável.

O rei do blues faz mais três shows em São Paulo, um em Curitiba e outro no Rio de Janeiro.