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Carla Camurati abre nova edição do festival de cinema infantil

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Bianca Tinoco, Agência JB

RIO - Atriz, produtora e uma das diretoras mais aclamadas do país, Carla Camurati se lembra com carinho da primeira vez que foi ao cinema. Coordenadora com a xará Carla Esmeralda do Festival Internacional de Cinema Infantil, cuja quarta edição no Rio começa sexta-feira na rede Cinemark, a cineasta protagonizou aos quatro anos uma cena digna das comédias de Woody Allen. Ao lado de um grupo de amiguinhas e levada pela mãe de uma delas, a pequena foi assistir a 'O mágico de Oz', clássico de 1939 estrelado por Judy Garland.

Na seqüência em que a personagem Dorothy (Judy Garland) cai em sono profundo sobre um canteiro de flores, ficando à mercê da Bruxa do Oeste, a menina, envolvida pela história, misturou ficção e realidade.

Corri em direção à tela, gritando para acordar Dorothy. Tive de ser carregada para fora da sala, chorando e soluçando. Resultado: minha mãe me proibiu de ir ao cinema lembra. Ela achava que cinema não me fazia bem, me emocionava demais.

Na segunda ida ao cinema, novo berreiro: o filme brasileiro 'O meu pé de laranja lima' (1970), de Aurélio Teixeira, arrancou lágrima da menina. Mesmo assim, Carla viu a fita quatro vezes e chorou em todas.

Hoje ela procura, no Brasil e no exterior, sem pistas, uma cópia do longa baseado no best-seller de José Mauro de Vasconcelos para exibir em

seu festival. Cinéfila de primeira hora, sabe o quanto é importante formar o apreço das crianças pelo cinema.

Vivemos na sociedade do audiovisual, até celulares tiram foto e fazem vídeo ressalta. No entanto, temos na TV e no cinema uma oferta para crianças repetitiva e por vezes não apropriada, com filmes que usam a linguagem infantil para atingir os pais. Procuramos ser criteriosos, pois o festival é um investimento em futuros espectadores.

O parâmetro de escolha,explica a idealizadora do Fici, é o da diversidade de linguagens e técnicas. A seção Pré-estréia Internacional terá filmes de estilos diferentes como a animação Kirikou 2 Os ani

mais selvagens (2005), dos franceses Michel Ocelot e Bénédicte Galup, o longa de ficção holandês Um presente para Winky (2005), de Mischa Kamp, e o curta de animação com massinha 'Viagem a Marte' (2004), de Juan Pablo Zara mella.

Pelo menos um filme da mostra 'As aventuras de Azur e Asmar', também de Michel Ocelot está confirmado para exibição em circuito, pela Downtown Filmes. E duas animações terão dublagem ao vivo, uma inovação este ano: 'A estrela de Laura' (2004), dos alemães Piet de Rycker e Thilo Graf Roth Kirch, e 'Una película de huevos' (2006), do mexicano Gabriel Riva Alatriste.

O cartunista Ziraldo será homenageado com a exibição de filmes e episódios da série de TV estrelados por seu per

sonagem 'Menino Maluquinho'. Também será mostrado 'O saci (1953)', de Rodolfo Nanni, na sessão de clássicos.