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Mobilização através do samba

Projeto reúne 500 eventos no mesmo horário, no Brasil e no exterior, com renda revertida para diversas instituições

Divulgação -
Leandro Lehart está à frente do "Samba do Voluntário"
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“A doação acaba, mas o hábito não”. É com esse espírito que o cantor, compositor e produtor Leandro Lehart criou o “Samba do voluntário”, evento que vai acontecer amanhã, entre 15h e 20h, em mais de 350 cidades do Brasil e no exterior simultaneamente. “Teremos 500 iniciativas em todas as capitais, várias cidades aqui e nos Estados Unidos, Austrália, Japão e Venezuela, por exemplo”, enumera Leandro. No Rio, uma das cidades com maior adesão, atrás só de São Paulo, os principais eventos acontecem na quadra da Escola de Samba Império Serrano (Av. Edgard Romero, 114), em Madureira, onde terá show da Velha Guarda, entre outras atrações. Para entrar, basta doar um quilo de alimento não perecível, que será destinado ao projeto Mesa Brasil. No Recreio, a Banda da Nega e a Família Retrô fazem show no Infinito Lounge 8 (Av. Guilherme de Almeida, 67) com renda para instituições da área.

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Leandro Lehart está à frente do "Samba do Voluntário" (Foto: Divulgação)

O projeto é um desdobramento do “Samba cura”, organizado em 1997 também por Leandro, com participação de 36 artistas, para ajudar na compra de remédios para uma instituição infantil. “A repercussão foi tão grande que ganhamos um terreno onde foi construído o Instituto de Tratamento do Câncer Infantil. Tivemos uma reedição em 2016, com show no próprio hospital, para aumentar a capacidade de atendimento. Daí, surgiu a ideia do Samba do Voluntário, mas desta vez com anônimos”, conta o músico.

Leandro diz que faltam mais iniciativas beneficentes no meio artístico, pois as pessoas estão mais voltadas para as vitórias pessoais, em iniciativas autopromocionais. “As vitórias coletivas são as mais importantes”, garante ele, que se surpreendeu com a adesão ao projeto. A quantidade de participantes foi tão grande que as inscrições precisaram ser encerradas há dois meses, pois não haveria logística para atender, dar espaço e divulgar mais eventos pelo mundo. “Eu esperava, no máximo, uns 50 participantes! Foi uma coisa espetacular, fico emocionado que tanta gente confie na honestidade de quem está organizando. Cada iniciativa é independente para divulgar, fazer o show e arrecadar dinheiro, remédios ou alimentos”, conta o músico, que prevê a participação de 400 mil pessoas.

Todas essas iniciativas serão filmadas, tanto as apresentações - “Vai ter evento em creche, escola pública, a maior parte de samba, mas se a pessoa só tiver um violão para se apresentar, está valendo, todos são bem vindos!”, diz Leandro - quanto a entrega das doações na instituição escolhida. “Vamos reunir três minutos de cada um para fazer um documentário”, avisa. As apresentações serão retransmitidas pela página oficial no projeto no Facebook: httpss://www.facebook.com/sambadovoluntario/

O músico fez questão de gravar uma chamada para todos os eventos e vai participar amanhã virtualmente de alguns que foram sorteados e pelo menos um pessoalmente em São Paulo. “Gravei todos os vídeos em dois dias! E estou sem dormir há duas semanas por conta da proximidade do evento. Espero que minha saúde aguente!”, diz, cansado, porém feliz.

Leandro, que voltou para o grupo Art Popular ano passado e está em turnê com o show do CD e DVD “Breakdown partido alto”, além do show solo “Violão é no fundo do quintal”, avisa que pretende manter o “Samba do voluntário” de dois em dois anos.