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Obras sob impacto

Primeira exposição da Galeria Athena, em Botafogo, abre espaço com temática política

Divulgação -
Com o ar pesado demais para respirar inaugura galeria em Botafogo
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“Estamos muito orgulhosos e empolgados com o novo espaço que iremos ocupar. Queremos contribuir e interagir com a arte contemporânea brasileira, exibindo nossos artistas com um programa exclusivo de exposições.” A apresentação é de Eduardo e Filipe Masini, sócios da galeria Athena, que passa a ocupar, a partir desta semana, um lindo casarão em Botafogo construído em 1938 com 500m². O espaço é a união da Athena Contemporânea e a Athena Galeria de Arte e abrigará exposições e projetos maiores, palestras, cursos, visitas guiadas às exposições, dentro e fora da galeria e visita a ateliês.

Macaque in the trees
Com o ar pesado demais para respirar inaugura galeria em Botafogo (Foto: Divulgação)

Para marcar essa fusão entre atuação moderna e contemporânea, a exposição “Com o ar pesado demais para respirar”, reúne os 12 artistas representados pela galeria: André Griffo, Débora Bolsoni, Frederico Filippi, Iza Tarasewicz, Joana César, Lais Myrrha, Laura Belém, Matheus Rocha Pitta, Raquel Versieux, Rodrigo Bivar, Vanderlei Lopes e Yuri Firmeza. “Com a exposição, procurei dar um depoimento da atmosfera dos últimos meses no Brasil, usando como recorte os artistas de uma galeria relativamente jovem. Perguntei a cada um como o noticiário tem atingido seu cotidiano, sua forma de pensamento e de ação. A classe artística parece uníssona em falar de golpe parlamentar, mas será que essa consciência se traduz na produção de linguagem, como vimos nos anos 1960-70? Recebi relatos desencontrados, que variavam da pane de expressão, do vazio, à falta de concentração, indo além da demonstração de empatia e solidariedade com a gravidade do momento”, explica Lisette Lagnado, curadora da exposição.

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Eduardo e Felipe Masini dirigem o novo espaço (Foto: Divulgação)

A exposição reúne 40 obras, entre pinturas, desenhos, esculturas, vídeos e instalações, a maioria inédita. O nome vem da obra de Frederico Filippi, feita em 2015 com chapas de aço galvanizadas, cobertas por tinta preta, que misturam substâncias como óleo, carvão, spray e pedaços de papel cobrindo inscrições arranhadas, que remetem a resíduos de civilizações. “Outra peça emblemática da exposição é um exemplar das ‘Trouxas ensanguentadas’ (1970) de Artur Barrio, em que o artista enrolou dejetos e material orgânico simulando corpos jogados em terrenos baldios pela ditadura militar. Traço uma correspondência com as fotografias da série Brasil (2013), de Matheus Rocha Pitta, em que pedaços de carne são misturados à terra vermelha de Brasília, retomando o significado da palavra ‘brasil’ como ‘lugar de brasas’”, explica a curadora.

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SERVIÇO

Com o ar pesado demais pra respirar - Galeria Athena (R. Estácio Coimbra, 50 - Botafogo; Tel.: 2513-0703). Ter. a sex., das 11h às 19h. Sáb., das 12h às 17h. Entrada franca. Até 24/11.

Divulgação - Eduardo e Felipe Masini dirigem o novo espaço