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Santos acréscimos: seleção começa mal, cria chances, mas gols só saem no fim

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O Brasil fez sua melhor atuação na Rússia. Controlou o jogo, teve posse de bola de mais de 70%, foi agressivo, massacrou a Costa Rica em sua intermediária e finalizou 20 vezes. Executou tudo que Tite cobrou depois do empate com a Suíça, mas a vitória de 2 a 0 sobre a Costa Rica, ontem, em São Petersburgo, esteve longe de ser tranquila. Só foi consumada com gols nos acréscimos. Philippe Coutinho brilhou mais uma vez. Marcou um gol de raça aos 46 minutos do segundo tempo e  foi eleito pela Fifa, mais uma vez, o melhor em campo. Numa tarde em que era preciso ter nervos de aço, Neymar mostrou instabilidade emocional: sofreu quatro faltas, cometeu outras quatro, bateu boca com o árbitro, ampliou o placar aos 52, no último minuto dos acréscimos, e desabou de choro ao fim da partida. 

O jogo ainda teve um lance polêmico, quando Neymar caiu na área aos 32 minutos da etapa final, e o holandês Björn Kuipers marcou pênalti. O VAR foi acionado e a decisão acabou revertida em função da gesticulação exagerada do craque brasileiro ao cair na área, após leve toque do defensor rival. Escapou de levar cartão amarelo por simulação, mas foi punido ao dar um murro na bola na sequência.

A primeira etapa teve dois momentos distintos. Até os 25 minutos, a seleção estava irreconhecível. Aliás, era reconhecível; repetia a fraca atuação diante da Suíça. Só chegava à área adversária por meio de bolas altas que paravam ora na zaga ora no experiente goleiro Navas. 

Defensivamente, o Brasil deixava a desejar e não entregava em campo a consistência tão exigida por Tite e dava espaços na intermediária. Mas a rigor só um ataque do adversário ameaçou: Borges teve liberdade para receber na área e chutar para fora. A equipe de Oscar Ramírez,  cuja preocupação era não perder, defendia-se com nove jogadores a maior parte do tempo. 

A partir dos 26 minutos, o Brasil finalmente tomou as rédeas do jogo. O lado esquerdo era mais efetivo e as triangulações entre Marcelo, Coutinho e Neymar começaram a surtir efeito. Foram criadas pelo menos três chances com Neymar e Marcelo, duas vezes. Por outro lado, o setor direito parecia zona de quarentena, onde ninguém se arriscava a pisar. 

O Brasil voltou para a segunda etapa com outra mentalidade. Tite trocou Willian e Paulinho por Douglas Costa e Firmino. A entrada do primeiro deu ao lado direito a consistência que faltou no primeiro tempo, e o Brasil passou a agredir mais. Faltava, porém, colocar o pé na forma.    

Quando a partida se encaminhava para o empate,  Coutinho apareceu como um típico centroavante, aos 46 minutos, na pequena área para chutar de bico por entre as pernas de Navas. Aos 51, Douglas Costa avançou pela direita e cruzou para Neymar, que empurrou para as redes com o gol vazio. Com vitória da Suíça sobre os sérvios, o Brasil divide a liderança do Grupo E com a Suíça e joga pelo empate (ou vitória) para passar às oitavas de final.       

Brasil: Allison, Fagner, Thiago Silva, Miranda e Marcelo; Casemiro, Paulinho (Firmino), Willian (Douglas Costa), Philippe Coutinho e Neymar; Gabriel Jesus (Fernandinho). Costas Rica: Navas, Gamboa (Calvo), Duarte, González, Acosta e Oviedo; Celso Borges, Guzmán (Tejeda), Bryan Ruíz e Venegas; Ureña (Bolaños). Juiz: Björn Kuipers (Holanda). Cartões amarelos: Neymar e Coutinho.

ATUAÇÕES

6 Alisson - Pouco acionado. 

5 Fagner - Sentiu a falta de ritmo na primeira etapa e não apoiou. Melhorou na segunda fase. 

5,5 Thiago Silva - Um susto ao perder uma disputa perto da área, se recuperou em seguida.

6 Miranda - Seguro atrás, foi ao ataque e teve uma chance clara.  

7 Marcelo - Forte no apoio. Teve duas chances de abrir o placar.  

6 Casemiro - Eficiente na contenção dos contra-ataques rivais.  

5 Paulinho - Teve espaço para avançar, mas apareceu pouco. 

6,5 Firmino - Decisivo no gol de Coutinho.   

4,5 Willian - Sem ter com quem criar pela direita, errou passes e foi substituído. 

7,5 Douglas Costa - Mostrou que pode seguir no time. Puxou contra-ataques e acertou passes importantes como no segundo gol. 

8,5 Philippe Coutinho - Buscou o gol a partida inteira. Arriscou chutes de fora, mas brilhou ao marcar um gol de centroavante nos acréscimos. O melhor em campo. 

6,5 Neymar - Nervosismo fora do normal a ponto de ser punido com o amarelo. Marcou gol de oportunismo.

6,5 Gabriel Jesus - Apagado na primeira etapa junto com todo o time. Melhor na segunda metade do jogo. Com a entrada de Firmino, movimentou-se mais. Fez jogada de pivô no gol de Coutinho. 

Fernandinho - Entrou nos acréscimos para ajudar a segurar o resultado. Sem nota

7 Tite: Fez a leitura correta da partida e acertou nas substituições. 

COSTA RICA: Navas foi o destaque da equipe que entrou para não perder.