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Primeira rodada da Copa do Mundo é desastrosa para a América do Sul

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A primeira derrota para um asiático na história. Apenas uma vitória em cinco partidas. E um desempenho pior do que o da Ásia. A primeira rodada da Copa do Mundo foi desastrosa para a América do Sul. E poderia ser pior, já que o zagueiro uruguaio Giménez garantiu o único triunfo sul-americano só aos 44 minutos do segundo tempo, contra o Egito.

Na comparação histórica, é o menor aproveitamento proporcional (33%) do continente em primeiras rodadas desde o Mundial de 1974. Na Alemanha Ocidental, o empate do Brasil foi o ponto solitário das quatro seleções da América do Sul - aproveitamento de 12,5%, pois a vitória valia dois pontos.

Para os africanos, a Rússia também vem sendo um ambiente hostil. Os três pontos conquistados por Senegal ontem foram os únicos do continente, já que Egito, Marrocos, Nigéria e Tunísia acabaram derrotados na estreia. Os asiáticos estão felizes da vida. Depois de saírem do Brasil sem um triunfo sequer, já conseguiram duas vitórias, com Irã e Japão.

Se a vida está difícil para sul-americanos e africanos, os europeus nadaram de braçada na rodada inicial. Conquistaram 28 de 39 pontos possíveis (71%), um desempenho que perde em apenas um ponto percentual para 2006, melhor ano dos países do Velho Continente, em se tratando de primeira rodada com 32 equipes. Não é coincidência que 2006 tenha sido a última Copa na Europa. Além disso, Rússia e Bélgica foram as únicas seleções que venceram por goleada – 5 a 0 e 3 a 0, respectivamente.

A escassez de placares elásticos foi uma das marcas dos 16 jogos iniciais na Rússia. Goleadas russa e belga à parte, a vitória de 2 a 0 da Croácia sobre a Nigéria foi a única por mais de um gol de diferença. A grande superioridade das principais seleções está ficando apenas na teoria, e é cada vez mais difícil superar defesas. O 1 a 0 foi o placar que mais se repetiu (seis vezes), seguido pelo 2 a 1 (quatro). Desde 2002, esta foi a primeira Copa sem 0 a 0.

Mundial das bolas paradas

Diante da imposição defensiva, a bola parada, incessantemente treinada, virou a principal arma para balançar a rede. Dos 38 gols, 20 saíram dessa forma, entre pênaltis, faltas cruzadas na área, faltas diretas e escanteios. A porcentagem de 52% é superior aos 35% do Campeonato Alemão e aos 23% do Francês, para citar exemplos de duas das cinco grandes ligas do mundo. 

O predomínio na bola parada é do pênalti, impulsionado pelas consultas à video-arbitragem (VAR). Os sete gols de pênalti na Rússia já representam mais da metade dos 12 que ocorreram em toda a Copa de 2014. E os dois pênaltis perdidos (Messi e Cueva) foram suficientes para superar o único erro de cobrança do Mundial no Brasil.

Outra marca já batida em apenas uma rodada foi a dos gols de falta direta – quatro contra três. Golovin, Cristiano Ronaldo, Kolarov e Quintero foram os responsáveis. O português, por sinal, foi quem mais brilhou na semana inicial, com três gols diante da favorita Espanha.

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ALGUNS NÚMEROS

Aproveitamento dos continentes

71% Europa

40% Ásia

33% América do Sul

33% América do Norte, Central e Caribe

20% África

Pior desempenho proporcional da América do Sul desde 1974

Gols de bola parada 20 (52% do total de gols)

Rodada inicial sem 0 a 0 pela primeira vez desde 2002

vitórias por 1 a 0.