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Jogadores da Copa sempre atentos às redes sociais para fugir das polêmicas na Rússia

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As redes sociais se tornaram uma ferramenta importante para os jogadores, seja para aproximá-los dos fãs ou para promover os patrocinadores, mas, durante a Copa do Mundo da Rússia, algumas federações decidiram dar conselhos ou orientar seus jogadores para que não se tornem centro de polêmicas.

"Não recebemos uma instrução específica, eu só decidi me acalmar um pouco com as redes sociais porque sabemos que com os meios de comunicação tudo se acelera. Por isso, tenho cuidado", explicou o zagueiro francês Presnel Kimpembe, consciente de que tudo que publicar nas redes sociais pode ser usado contra ele em um futuro não tão distante.

"É uma boa reflexão, ainda mais durante a Copa do Mundo", analisou em conversa com a AFP Frank Hocquemiller, da agência especializada em direitos de imagens de celebridades VIP Consulting. "É a competição mais importante que um atleta pode participar, e ele está representando seu país, o que é uma pressão a mais e o evento dura no máximo um mês, o tempo é curto", observou.

"Bom senso"

Os dinamarqueses, por exemplo, terão que usar o "bom senso", afirmou um membro da federação do país à AFP. Do lado sueco, Staffan Stjernholm, assessor de imprensa da delegação, explica: "Simplesmente pedimos aos jogadores que pensem duas vezes antes de publicar qualquer coisa", especialmente "tudo que poderia ter um impacto negativo para eles e seus companheiros".

Já os jogadores da Espanha receberam a recomendação de "serem prudentes em suas publicações", segundo fonte próxima à Federação Espanhola (RFEF).

Os antecedentes problemáticos existem: durante a Eurocopa-2016, um vídeo que mostrava o meia belga Radja Nainggolan com um maço de cigarros na mão acabou prejudicando o jogador da Roma, assim como seu técnico na época.

Algumas delegações se mostram mais preocupadas em não gerar polêmicas com conotações políticas. Tomislav Pacak, assessor de imprensa da Croácia, afirmou à AFP que os jogadores foram informados "principalmente sobre os temas a evitar e o que podem ou não fazer no estádio", embora garanta que "a política não é tão estrita e os jogadores se mostram mais ativos nas redes sociais com fotos, não tanto com palavras".

Obrigações contratuais

Estas restrições de publicação às vezes colocam os jogadores em uma saia justa. Muitos deles são embaixadores de marcas, que em troca de belas quantias de dinheiros pedem aos atletas que divulguem seus produtos nas redes sociais.

"Isso pode estar acertado por um calendário de publicações estabelecido de maneira contratual, em um anexo ou no próprio contrato" de imagem do jogador, explica Frank Hocvquemillier.

Mas o que fazer quando um jogador se vê obrigado a divulgar uma publicidade de sapatos ou produtos de higiene íntima logo após perder uma partida ou ter uma má atuação em campo? "Somos nós que devemos encontrar a melhor solução entre as regras da vida de um lado, o patrocinador que rendeu dinheiro e a necessidade do jogador de ter visibilidade durante a Copa do Mundo", esclarece Hocquemiller.

Mas não há que ver tudo de maneira tão obscura: as redes sociais podem ser úteis para apagar o início de um polêmica, como ocorrido recentemente com o atacante francês Kylian Mbappé, que, após receber uma forte entrada do companheiro de seleção Adil Rami durante um treino, foi ao Twitter para acalmar os fãs e pedir para que deixassem o amigo em paz.

O presidente da Federação Francesa, Noël Le Graët, felicitou seus jogadores por terem esclarecido qualquer dúvida e por terem "se comunicado bem", desativando uma crise em potencial graças às redes sociais.