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As mortes são tão banalizadas quanto a vida de quem dela escapa

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Não seria possível escrever esta coluna sem a devida atenção ao lançamento do Anuário de Segurança Pública 2017, produzido pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública. 

Segundo o anuário, 2016 atingiu os píncaros da violência e se tornou o ano mais violento da história do país. País que apresenta cada vez menos eficácia e interesse em encontrar formas de reversão desse quadro. 

Não nos envergonharmos do número indecente de mais de 61 mil mortes violentas e do emprego de mais de 300 milhões com acréscimo das forças de segurança no tão alardeado combate ao crime, que se traduz em um aumento na sensação de insegurança, como efeito contrário nessa que se parece uma sessão de erros.

As mortes são tão banalizadas quanto a vida de quem dela escapa nos lugares mais simples e vulnerabilizados deste país. 

O que de mais urgente - do que a frieza e contundência das estatísticas publicizadas - precisa acontecer para que se faça um trabalho real, discutido com as e os mais interessados neste tema, para que se encare com a seriedade que ele evoca. 

É inaceitável e extremamente perverso ver que as autoridades brasileiras, bem como toda a sociedade, agem como se fosse secundário o desperdício de tantas vidas. 

* Colunista, Consultora na ONG Asplande e Membro da Rede de Instituições do Borel