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Leitura, literatura e fantasia agora têm novo endereço

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No último dia 06 de setembro, a comunidade Marcílio Dias (Kelson's) reinaugurou a biblioteca Comunitária Nélida Piñon, agora situada a Rua Dom Eugênio de Araújo Salles, 40. O evento iniciou com uma reflexão sobre a autora que dá nome a biblioteca. Primeira mulher a presidir a Academia Brasileira de Letras - ABL, sendo uma grande pessoa de destaque e de suma importância para a cultura brasileira, sobretudo pela sua contribuição intelectual e de grande aporte artístico.

Bibliotecas comunitárias geralmente nascem do desejo de se pulverizar e criar mecanismos de promoção e incentivo ao acesso à leitura. Em um país em que números alarmantes de analfabetismo funcional se instauram, é de suma importância garantir que mais espaços de disseminação de práticas educativas possam emergir, sobretudo em territórios empobrecidos e vulnerabilidade social.

A biblioteca é cuidada pelo diretor fundador Geraldo de Oliveira, que desde a abertura , em maio de 2007, conta com o apoio incondicional de sua esposa Madalena Gomes na administração do espaço e na prospecção de usuários. O evento pode contar com um histórico da trajetória, passando pelo reconhecimento das mais variadas situações inusitadas para se consolidar na composição do espaço.

E dentre várias ações e parcerias ao longo dos 10 anos de existência, a biblioteca agora parcerias ao longo desses mais de 10 anos, foi a vez da inauguração da Cordelteca Antônio de Araújo – Campinense.

A Literatura de Cordel e do Repente é reconhecida como Cultura Patrimonial do Brasil, tendo toda uma vasta produção cultural, sobretudo no nordeste brasileiro . Os poemas são escritos em forma de rima, em alguns casos ilustrados, e são recitadas sempre de forma melodiosa, com um ritmo extremamente cadenciado, ao som das violas, mas também como rodas de leituras.

Valorizar a cultura de Cordel, na Marcílio Dias é valorizar não só a cultura brasileira, mas também homenagear grande parte dos moradores da comunidade que são oriundos do Nordeste, ou descendentes.

E quem é Antonio de Araújo – Campinense que dá nome a Cordelteca? Paraibano, da zona rural. Grande poeta, sonetista e ativista cultural, mas acima de tudo Cordelista, que fazia sua arte ganhar mundo. Foi eleito para a 32ª cadeira a Academia Brasileira de Literatura de Cordel.

Muitas são as histórias de territórios que tiveram as vidas modificadas pelo contato com leitura, arte, literatura. Consagramos a Biblioteca e a Cordelteca como uma imensa possibilidade de encantar nossos moradores e moradoras, de qualquer faixa etária, para o contato com o novo, a fantasia e lúdico. Que mais espaços educativos possam emergir nos mais diferentes territórios da cidade.

*Walmyr Junior é morador de Marcílio Dias, no conjunto de favelas da Maré, é professor, membro do MNU e do Coletivo Enegrecer. Atuou como Conselheiro Nacional de Juventude (Conjuve). Integra a Pastoral Universitária da PUC-Rio. Representou a sociedade civil no encontro com o Papa Francisco no Theatro Municipal, durante a JMJ