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Domingo de guerra na Rocinha

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Após dias de tensão sobre a possibilidade de um confronto pela retomada do comando da Rocinha, a guerra começou na comunidade. Moradores acordaram assustados com barulho de muitos tiros e granada por toda comunidade por volta das 6 horas da manhã. 

Nas redes sociais, moradores lamentam a guerra, pedem paz e avisam para que ninguém saia de casa. 

Ouço o barulho dos tiros e das granadas. A cada momento me assusto e me preocupo onde vai parar cada bala dessa. Por que temos que viver com tamanha violência? Uma comunidade com 200 mil moradores, trabalhadores, mais uma vez sofre com a guerra. 

As crianças acordam chorando, a gente mantém a força e diz que vai ficar tudo bem. O choro é livre. Vivemos um pesadelo onde não sabemos o que pode acontecer. Oramos, pois Deus é e sempre foi a nossa única opção. Muito se fala na violência no Rio de Janeiro, mas nunca importou ao poder público o que nós passamos dentro das favelas.

Que Deus nos proteja!

* Davison Coutinho, morador da Rocinha desde o nascimento. Bacharel em desenho industrial pela PUC-Rio, Mestre em Design pela PUC-Rio, membro da comissão de moradores da Rocinha, Vidigal e Chácara do Céu, professor, escritor, designer e liderança comunitária na Comunidade