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Bandeiras levantadas por Betinho voltam com força total

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Na última semana estive no Ibase, o Instituto de Análises Sociais e Econômicas, criado pelo sociólogo Herbert de Sousa, o Betinho. O motivo foi participar da "Semana Betinho". 

Ao fundo da sala, em um telão, a imagem de Betinho parecia observar a todos e todas. Em um misto de análise conjuntural, confraternização e apoio mútuo, estavam os (órfãs) daquele que marcou o seu tempo, desafiando a todas as vicissitudes pelas quais passou. 

Todas as histórias contadas sobre as experiências vividas ao lado de um dos mais importantes brasileiros por parte daqueles e daquelas que também dedicaram suas vidas às  causas evidenciadas por ele, apontavam para uma necessidade de encontrar um caminho. 

Duas bandeiras levantadas por Betinho voltam pro debate com força total; a ética na política e a necessidade da luta cidadã contra a fome e a miséria e a defesa da vida. 

Infelizmente, nós estamos em um momento onde ambas as bandeiras nos causam um misto de tristeza e indignação. Ainda há pouco saíamos do mapa da fome. Atualmente, o número de pedintes não nos deixa enganar que se algo não for feito, voltaremos a compô-lo. 

A necessidade de uma reforma política real, honesta, sem propostas capciosas ou que no fundo tenham o objetivo de manter no poder grupos que não fazem do interesse coletivo o seu histórico, já passou da hora. 

E os números da violência no Brasil demonstram o quanto precisamos lutar para preservar a vida. Enfim, analisar o Brasil sob a ótica do legado de Betinho é um grande desafio, uma dor profunda; mas ainda assim é, sobretudo, buscar no desejo por uma sociedade melhor e mais justa, a força para continuar. 

* Pesquisadora, consultora na ONG ASPLANDE e colunista no Jornal do Brasil