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Conceição Evaristo recebe Medalha Pedro Ernesto na Câmara Municipal do Rio

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A escritora mineira Conceição Evaristo (70) será homenageada pela Câmara dos Vereadores do Rio de Janeiro, na próxima terça-feira (1º), às 18h. Conceição receberá a medalha Pedro Ernesto, principal comenda oferecida pela Casa a quem mais se destaca na sociedade brasileira ou internacional. A autora da homenagem é a vereadora Marielle Franco (PSOL).

Doutora em Literatura Comparada pela UFF, Conceição Evaristo nasceu em uma família de mulheres negras cozinheiras, faxineiras e empregadas domésticas. Uma das principais expoentes da literatura Brasileira hoje, traz em seus escritos profundas reflexões sobre raça e gênero, revelando a desigualdade velada em nossa sociedade, em textos marcados pela ancestralidade afro-brasileira e suas potencialidades.

A cerimônia será no Palácio Pedro Ernesto e celebrará o Dia Internacional da Mulher Negra Latino-americana e Caribenha (comemorado no dia 25 de julho). Batizado de #EuMulherNegraResisto!, o evento contará também com a participação de outros cinco importantes nomes de influentes mulheres negras:

Flávia Oliveira, jornalista e economista (O Globo), Jurema Werneck, diretora da Anistia Internacional no Brasil, Mãe Meninazinha de Oxum, Iyalorixá, Patrícia Oliveira, membro do Mecanismo de Combate à Tortura do Rio e irmã de vítima da violência do Estado, e Ruth de Souza, atriz e primeira mulher negra do teatro, do cinema e da televisão brasileira.

O evento também faz parte do calendário da campanha 25 Dias de Ativismo Pela Vida das Mulheres Negras.

“Conceição Evaristo tinha que constar das bibliografias escolares. Seus textos contam a nossa história, a história das mulheres negras. A morte, a violência urbana, a pobreza, a gravidez precoce, a prostituição, as situações cotidianas... Sua narrativa é cortante, resgata nossa ancestralidade, contagia corações e mentes. Um exemplo de resistência e poesia. Precisa ser celebrada, conhecida e reverenciada”, afirmou a vereadora Marielle Franco .

Esta homenagem vem mais do que evidenciar a contribuição de uma literata às artes, mas de visibilizar a trajetória de uma intelectual que contribui para a autoestima e para que as mulheres negras sobretudo, se apropriem de sua identidade, trajetória e história, tendo os lugares de memória e as experiências de afeto como elemento importantíssimo.

A homenagem à escrito com a Medalha Pedro Ernesto será no Plenário da Câmara Municipal do Rio, na Cinelândia, Centro da cidade, às 18h desta terça-feira (1º).

* Mônica Francisco é pesquisadora, consultora na ONG Asplande e colunista no Jornal do Brasil