ASSINE
search button

João Doria só agrada a empresários

Compartilhar

Na última quarta-feira (27) vimos o ‘lançamento’ da pré-campanha de João Doria para a presidência no Rio de Janeiro. Em meio àqueles que o prefeito mauricinho de São Paulo gosta, o empresariado, discursou sobre seus feitos ‘heroicos’ e sobre seus anseios para o Brasil.

O coquetel foi marcado no tradicional clube dos marajás da Zona Sul da cidade, o ‘Gávea Golf Club’. Regado a muito champanhe Veuve Clicquot, cuja unidade da garrafa custa R$ 300, o encontro esbanjou glamour e deixou explícito as intencionalidades do prefeito paulistano: que o empresariado do Rio de Janeiro financie sua campanha.

Doria, segundo o site da revista Veja, arrancou aplausos com seu conhecido jargão apolítico: “Gosto da política, mas não sou político e não quero ser. Eu estou político. Eu sou um gestor, um administrador. Assim é como me sinto e como procuro conduzir a minha vida à frente da prefeitura de São Paulo”.

Doria quer governar para os ricos, para quem tem plano de saúde e não enfrenta a fila do SUS, para quem não está na rede pública de saúde, para quem não precisa de transporte público, para quem não é viciado em crack ou tem parentes neste vício . O encontro no clube de golfe deixa explícitas as relações que Doria quer ter com o povo. Possivelmente a mesma que os atletas do Gávea Golf Club tem com os gandulas negros e favelados da Rocinha, Cantagalo e Vidigal.

Os futuros eleitores de Doria oferecerem um tremendo banquete. Os garçons do evento devem ganhar por ano o que foi gasto em um dia pelos convidados. Se uma garrafa de champanhe consumida na festa custa em média R$ 300,00 - e o salário de um garçom está em torno de R$ 900,00 - com 3 garrafas consumidas na festa se pagaria o salário de um garçom.

Será que Dória está mais preocupado com o champanhe que lhe oferecem ou com o salário do garçom? Afinal, como ele mesmo disse para os empresários no badalado clube de golfe: “Não espere de mim omissão e covardia. Prefiro ser julgado pela coragem e determinação do que ser inocentado pela covardia”.

* Walmyr Junior é morador de Marcílio Dias, no conjunto de favelas da Maré, é professor, membro do MNU e do Coletivo Enegrecer. Atua como Conselheiro Nacional de Juventude (Conjuve). Integra a Pastoral Universitária da PUC-Rio. Representou a sociedade civil no encontro com o Papa Francisco no Theatro Municipal, durante a JMJ.