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Negligência e impunidade da Supervia

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Nesta tarde de quinta-feira (28), em frente ao portão lateral da estação da Central do Brasil, a família de Joana Bonifácio e apoiadores do ato, exibiam cartazes, faixas e palavras de ordem, denunciando a ameaça diária que acompanha os passageiros e passageiras dos trens da Supervia.

As mães de vítimas de violência policial estiveram presentes em apoio à dona Tereza Cristina, mãe de Joana.

Com #JoanaPresente #Nãofoiacidente, chamavam a atenção das pessoas que seguiam para o interior da estação e vivenciam diariamente a falta de respeito aos usuários da rede, que insiste em invisibilizar as mortes e mutilações que acontecem durante a viagem.

Para além da negligência e invisibilidade, o ato teve como objetivo ressaltar que o que ocorre é criminoso. Muitas falas deixaram evidente o Racismo institucional e a naturalização das mortes entre a população negra.

Um dos cartazes, empunhado pela tia de Joana e mãe de Rafaela, prima de Joana e articuladoras do ato, dizia que tanta negligência não daria para colocar em um simples cartaz. 

Negligência na fiscalização por parte do estado e da empresa que tem a certeza da impunidade e que segundo informações colhidas pela família, avalia que é muito mais vantajoso pagar míseras indenizações, isto quando elas chegam a acontecer, do que melhorar as condições das estações, das composições e aumentar o efetivo de funcionários. 

A organização do ato, coordenada pela família de Joana, conta com o apoio das comissões de Direitos Humanos e de Transporte da Alerj e de Defesa da Mulher da Câmara, para brevemente ser realizada uma audiência pública sobre as condições do transporte ferroviário e a atuação da Supervia. 

É urgente a mudança na rede ferroviária. Não se pode mais tolerar que tantas vidas sejam desperdiçadas, em uma situação onde seria facilmente evitável. 

* Colunista, Consultora na ONG Asplande e Membro da Rede de Instituições do Borel