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Com quase 90 anos Rocinha sofre com problemas básicos

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Nos quase 90 anos desde as primeiras ocupações, a favela da Rocinha continua a sofrer com os problemas básicos desde suas origens. O lixo, a falta de água e as valas são alguns dos problemas que mostram como o descaso de quase um século do poder público prejudica a vida dos quase 200 mil habitantes.

Em um dia de chuva, só os moradores sabem do sofrimento de transitar pelas vielas cheias de água dos esgotos que transbordam colocando em risco a vida dos moradores. Além disso, a sirene da defesa civil é o pesadelo e alerta para moradores com medo do desabamento de casas localizadas em áreas de risco. 

O lixo continua sendo um grande e notável problema, não tem como andar pela Rocinha e não se impressionar com a quantidade de lixo despejado em lugares não apropriados, o que prejudica ainda mais nos dias de chuva e oferece riscos de doenças e contaminações. 

Enquanto nos períodos de chuva o medo é da água, nos dias normais o medo é da falta dela. Já são semanas que diversas localidades sofrem com a falta de água e com o descaso da Cedae que não soluciona  e não esclarece o problema aos moradores.

Todos esses aspectos contribuem para doenças que atingem a comunidade. A pior e mais comum é a tuberculose, doença que tem na Rocinha seu maior índice de contagio. 

Nesse entra e sai de governos, muitas promessas foram feitas, mas esse chão de lama que pisamos continua a servir para  que políticos tanto de esquerda quanto de direita sujem com seus papéis e placas mostrando a falsidade de uma política que não prioriza a população de favelas. 

* Davison Coutinho, morador da Rocinha desde o nascimento. Bacharel em desenho industrial pela PUC-Rio, Mestre em Design pela PUC-Rio, membro da comissão de moradores da Rocinha, Vidigal e Chácara do Céu, professor, escritor, designer e liderança comunitária na Comunidade