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Intervenção artística no Complexo da Maré 

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Quem pensa que na favela só se reproduz violência e a cultura da morte está enganado. O último sábado (10/06) foi marcado com uma intervenção artística na favela da Kelson’s, Marcilio Dias, que muda essa perspectiva. 

Com muita cor e alegria a cultura hip hop, a partir do DJ Rafael Muniz e oito grafiteiros (estudantes da PUC-Rio), permitiu que os moradores da comunidade experimentassem outras formas de cultura. O evento, denominado“Graffiti na Favela da Kelson - Praça B-13”, contou com uma produção de grafites em um muro extremamente degradado que ressignificou o espaço frequentado pelos moradores. Além das pinturas, teve muita musica agitada pelo bom som do Hip Hop. Para incrementar a atividade, um festival de pipa foi organizado e envolveu muitas crianças da comunidade, fazendo uma bacana interação entre as variadas atividades que estavam acontecendo simultaneamente. 

O evento foi coordenado por nós, moradores da favela, e convidamos alunos da PUC-Rio que participaram da exposição sobre os biomas brasileiros durante a FVEUC – Feira de Valores da Universidade Católica, para produzir conosco a ação cultural neste território, tão marcado pela ausência de políticas públicas. 

A ideia colocada em prática faz parte da sequências de atividades pensadas para a construção do coletivo de educação, cultura e memória João de Barro. O resgate da memória da favela tem por finalidade garantir oportunidade aos moradores olharem com orgulho para o que temos em nosso quintal começando com suas memórias. A história da favela da kelson’s tem muito a ser compartilhada e a tarefa está em adquirir parceiros dentro e fora comunidade, ferramentas e equipamentos que mostrem o que temos de bom em nosso território.

Atrelada à educação e cultura, veremos que os passos do projeto estão apenas começando, com muita coisa boa que poderá ser vista e contemplada pela nossa sociedade aqui, dentro da favela, da antiga praia da Moreninha! 

* Walmyr Junior é morador de Marcílio Dias (kelson’s), no conjunto de favelas da Maré, é professor, membro do MNU e do Coletivo Enegrecer. Atua como Conselheiro Nacional de Juventude (Conjuve). Integra a Pastoral Universitária da PUC-Rio. Representou a sociedade civil no encontro com o Papa Francisco no Theatro Municipal, durante a JMJ.