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A hipocrisia da correspondente 

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A correspondente da maior emissora de televisão do Brasil, baseada em Londres, que estudou no exterior, às custas do pai, noticiou o escândalo que domina as manchetes de jornais sobre um deputado na Suécia. O deputado é acusado de gastar o equivalente a R$ 3.800 reais em milhas, indevidamente, no cartão corporativo do governo em viagens pessoais. Ele foi obrigado a reembolsar o governo, os valores gastos, além de sofrer uma grande pressão da imprensa.

Lá é muito diferente do Brasil. Aqui, o esquema de corrupção, levantado pela Lava Jato, gerou mais de R$ 40 bilhões de prejuízo e muita gente ainda continua livre.

O que é realmente triste, é ouvir a hipocrisia desta senhora correspondente que teve todos privilégios de seu pai, um tucano, que é ex-ministro, investigado pelo STF e que foi também conselheiro de Eike Batista. Eike se encontra preso e o tucano continua livre a voar, como todos os tucanos.

A injustiça no Brasil é também notável. Por exemplo, se fosse a Dilma, que é ligada aos trabalhadores, ela poderia ser presa, já um tucano, como é ligado aos empresários, não pode entrar na gaiola.

A senhora correspondente sabe muito bem que o Brasil não é a Suécia, até mesmo pelo seu DNA.

* Davison Coutinho, morador da Rocinha desde o nascimento. Bacharel em desenho industrial pela PUC-Rio, Mestre em Design pela PUC-Rio, membro da comissão de moradores da Rocinha, Vidigal e Chácara do Céu, professor, escritor, designer e liderança comunitária na Comunidade