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As sequelas gravíssimas da crise e da violência no Rio de Janeiro

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A cidade do Rio de Janeiro vem sendo palco de um verdadeiro cenário desolador. Aqui sentimos de fato o impacto que toda a sanha predatória que vem se materializando na situação deplorável em que se encontra a Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), por exemplo.

E ainda a ameaça da privatização de uma das maiores concessionárias de serviço de abastecimento e saneamento pública do mundo, sem falar na segurança Pública.

Dos diversos problemas que estamos vivenciando neste momento no âmbito da coletividade, a sistemática rotina de confrontos no Complexo de Favelas do Alemão vem produzindo uma rotina de desespero na vida dos moradores e moradoras.

Mais do que ser vitimado ou vitimada por balas de fato, a sequência destes fatos vem produzindo sequelas gravíssimas, como síndrome do pânico, aumento dos índices de pressão arterial, a diminuição da frequência nas salas de aula, inviabilização do direito de ir e vir e uma sensação de abandono e menosprezo por parte do conjunto da sociedade.

A sociedade não pode achar de maneira nenhuma que o que acontece nas favelas da cidade não afetará o conjunto dela. A onda predatória, opressora e violenta, que vem assolando o Alemão, Manguinhos, Maré, Chapadão e demais favelas, pode logo transbordar. 

A desumanização destes espaços e de seus e suas moradores e moradoras e a indiferença aos acontecimentos que permeiam o cotidiano atribulado não vai afetar somente a eles e elas, mas ao todo da população. Já usei aqui esta citação de Bernard Shaw e torno á evocá-lo neste momento, " O maior pecado para com nossos semelhantes não é odiá-los, mas sim tratá-los com indiferença; é a essência da desumanidade."

* Colunista, Consultora na ONG Asplande, Pesquisadora e Membro da Rede de Instituições do Borel.