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A vontade do povo e os interesses do poder 

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Estamos a fechar o primeiro semestre deste ano de 2015. Três anos já se passaram desde as Jornadas de Junho, que fizeram o país parar para pensar na crise de representação pela qual passávamos e pelos caminhos que a distância entre a vontade do povo e os interesses do poder haviam tomado.

Pois bem, após estes três anos, uma Copa no meio, vemos que as reformas explicitadas nos cartazes, faixas e vozes que ocuparam as ruas do país, não se fizeram entender ou de fato podemos afirmar, que não fazem parte da agenda do legislativo.

Uma das cenas mais interessantes produzidas pelo levante popular, e também uma das que produziram a ponderação mais relevante na ocasião, foi a do então senador Cristóvam Buarque ocupando a tribuna para afirmar que não se deixa de ouvir um milhão de vozes impunemente.

Pois bem, nem as ruas e nem o senador forma merecedores da atenção dos homens de preto e azul marinho de Brasília. Todas as manobras são para alimentar a guerra particular travada por mais poder e menos bem-estar social, tendo a casa legislativa como trincheira e campo de batalha.

A dinâmica de atuação em nada demonstra qualquer respeito pela população que assiste a tudo como que diante de um filme, como se olhasse a outros atores sociais que não ela própria.Quase uma realidade paralela.

O espírito maquiavélico é sentido a distâncias. A ética não é uma das mais importantes e nem tão pouco indispensáveis ferramentas na ação cotidiana do exercício do poder. Brasília, tem sido a  personificação do pensamento maquiavélico,  diz que o julgamento moral deve ser secundário na conquista, consolidação e manutenção do poder.

Só que segundo a sabedoria popular, que é certeira diga-se de passagem, na sua análise de tudo, afirma que um dia "esperto demais se atrapalha", aí é que eu quero ver.  

"A nossa luta é todo dia. Favela é cidade. Não aos Autos de

Resistência, à GENTRIFICAÇÃO, à REDUÇÃO DA MAIORIDADE PENAL , ao RACISMO, ao RACISMO INSTITUCIONAL, ao VOTO OBRIGATÓRIO, ao MACHISMO, À VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER e à REMOÇÃO!"

*Membro da Rede de Instituições do Borel, Coordenadora do Grupo Arteiras e Consultora na ONG ASPLANDE.(Twitter/@ MncaSFrancisco)