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Semanas de guerra nas comunidades do Rio

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O complexo do Alemão sofreu na manhã de domingo e desta segunda-feira mais episódios de violência com intensos tiroteios. Na semana passada, um menor foi morto vitima de uma bala perdida no Alemão. Na Rocinha, um menor foi atingido de raspão na cabeça em um dia de guerra na quarta feira (17).

Episódios como esses não podem continuar sendo naturalizados pela sociedade. Não podemos continuar achando normal que volta e meia morra um morador de favela, e que só os crimes que acontecem nos bairros nobres recebam as devidas atenções e apelos.

Há poucos dias, o próprio secretário de Segurança do Rio de Janeiro, Jose Mariano Beltrame, afirmou que a guerra contra as drogas é irracional e perdida. Beltrame concordou que droga é problema de saúde e não da polícia. É preciso que haja uma mudança nessa guerra que não é contra as drogas, mas sim contra aos pobres que continuam perdendo suas vidas em meio a tiroteios e confrontos que não chegam a nenhuma solução.

Morre bandido, morre polícia, morre morador e essa guerra não tem fim. É preciso um diálogo sobre a politica de criminalização das drogas, ou então vamos continuar assistindo a violência recorrente nas favelas.  

A Rocinha e os mais de 1 milhão de moradores das favelas do Rio de Janeiro pedem a paz. 

*Davison Coutinho,  morador da Rocinha desde o nascimento. Bacharel em desenho industrial pela PUC-Rio, Mestrando em Design pela PUC-Rio, membro da comissão de moradores da Rocinha, Vidigal e Chácara do Céu, professor, escritor, designer e liderança comunitária na Comunidade.