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Ascensão da Marina mostra a crise de representatividade em nosso país

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É impossível não fazermos pelo menos um exercício de reflexão após os últimos acontecimentos. Anda que muitos não queiram nem saber e outros julguem barulho demais por nada, é pelo menos um momento bom para pensar o passado recente e o porvir.

Marina Silva se desenha  como peça que faz o jogo eleitoral ganhar uma dinâmica nova, uma velocidade que não tinha alcançado até aqui com a confirmação anterior ao falecimento de Eduardo Campos.

Passado o choque do triste acidente, as especulações e novos arranjos vão se delineando. Tudo como grande teatro. Como um arremedo argentino da era Peronista, a viúva se torna alvo de especulações e um certo ar de herdeira mais do que natural, adequada e bem talhada para assumir a lacuna deixada pelo marido.

Situações inusitadas, que nos servem como uma espécie de sinal ou termômetro, para mensurar a nossa fragilidade. Não são só as instituições que estão em crise, nós também. Junho nos escancarou isso e não sei se chegaremos a dar-lhe as respostas necessárias.

Isso se traduz segundo Luiza Erundina, em uma "negação" do que há de mais clássico na política, "o partido", até por quem teoricamente se fez politicamente a partir de sua lógica. 

Talvez por esse motivo, isso me pareça muito com um sintoma de uma doença muito gravíssima, que se tornou a crise de representatividade em nosso país. Que possamos ao final de tudo isso, não nos arrependermos dos caminhos escolhidos.

"A nossa luta é todo dia. Favela é cidade. Não à GENTRIFICAÇÃO e ao RACISMO, ao RACISMO INSTITUCIONAL, ao VOTO OBRIGATÓRIO e à REMOÇÃO!"

*Membro da Rede de Instituições do Borel, Coordenadora do Grupo Arteiras e Consultora na ONG ASPLANDE.