Elas, as lágrimas
Esta Copa está sendo muito útil para nos expor mais ainda em relação aos nossos preconceitos. O racismo evidente na composição dos estádios, com direito a desfile deprimente em meio à favela para assistir aos jogos.
Com o desejo de elevar o nível dos estádios mudando a geografia humana de sua assistência, o que vimos foi um show de falta de educação no xingamento à presidente Dilma, xingada por ser mulher sim!
Agora os nossos jogadores não têm direito de chorar porque são homens e homem não chora. Ora, nós mulheres sabemos muito bem o poder de nossas lágrimas. Somos fortes, muito, por causa delas, as lágrimas. O choro é alma, sentimento, demonstração das mais plenas de nossa humanidade.
Não o choro descontrolado, sinal de desequilíbrio, mas aquele choro que rasga a alma, põe pra fora tudo que nos inquieta ou expressa a nossa mais profunda alegria.
Chorar, toda mulher sabe, e homens de verdade também, é para os fortes. Finalizo esta coluna, com a certeza de que chorar faz a diferença!
"A nossa luta é todo dia e toda hora. Favela é cidade. Não à GENTRIFICAÇÃO ao RACISMO, ao RACISMO INSTITUCIONAL, ao VOTO OBRIGATÓRIO e à REMOÇÃO!"
*Representante da Rede de Instituições do Borel, Coordenadora do Grupo Arteiras e Consultora na ONG ASPLANDE.