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Eleições disputadas na Maré 

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A votação para eleição da nova diretoria da Associação de Moradores da Comunidade Marcílio Dias aconteceu neste ultimo domingo (10/11), das 9h até as 17h, na sede da própria associação. Com duas chapas para a disputa, o clima acirrado da apuração elegeu a chapa azul como grupo que vai gerir as atividades da associação de moradores dentre os próximos quatro anos. 

 A Chapa 2 (azul)  foi a  vencedora com 324 votos, e assume a presidência e as diretorias da associação de moradores. A Chapa 1 (branca) obteve 298 votos e perdeu por apenas 26 cédulas. A FAFERJ (Federação de Favelas do Rio de Janeiro) fiscalizou as urnas e acompanhou o processo de votação. Além dos votos nas chapas foram também contabilizados três votos nulos e um em branco. 

Muita gente compareceu para prestigiar a eleição, num total de 626 eleitores que foram depositar seus votos na urna. O vencedor, Edmilson, e sua turma da chapa azul levaram a melhor em cima da atual presidente Jupira, que ficou em 2ª lugar. 

O processo democrático que os moradores da favela da Maré presenciaram serve como exemplo para outras comunidades. “Já vimos muitos presidentes serem tirados à força da associação, mas aqui foi tudo direitinho e com muita divulgação. Assim, minha família pôde vir aqui na associação votar e tentar eleger nosso candidato”, declarou dona Maria de Jesus, moradora há 15 anos da comunidade. 

Para o presidente da FAFERJ, Russino de Castro Muniz, “a transparência dessa eleição teve um papel essencial. Nós abrimos a urna juntos e os fiscais contaram voto por voto. Isso é importante para legitimar a chapa que ganhou e também para empoderar de responsabilidades a nova presidência, porque a comunidade veio e participou. Assim, eles vão vir e cobrar os seus direitos”. 

A nova presidência vai tomar posse em janeiro de 2014 e conta com uma equipe bem animada de moradores para facilitar as reivindicações por qualidade de vida, educação e saúde. Muitos moradores acreditam que só com mobilizações sociais é possível conseguir mudanças na Maré. 

“Sempre somos esquecidos pelo poder público. Passam pela Avenida Brasil e não olham para a Maré. Só com uma associação de moradores forte vamos conseguir mudar o lugar que moramos para o lugar que queremos” garantiu a estudante de biologia Isabela Cristina.