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Rocinha fica de fora da reunião do PAC feita com a elite

Emop faz reunião apenas com moradores de São Conrado

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Uma das maiores reivindicações dos moradores da Rocinha, pelo visto, não vem sendo respeitada pelo Governador: a participação em toda e qualquer discussão de mudança para a favela. É o que prova o conjunto de reuniões que vem sendo feitas na comunidade “às escondidas” e sem divulgação e participação ampla dos moradores.

Prova disso, é a reunião que acontecerá hoje em São Conrado com o presidente da EMOP, Sr. Icaro Moreno e a Associação de Moradores de São Conrado (Amasco). A notícia sobre a reunião foi interpretada pelos moradores de forma muito negativa, pois esse encontro deveria ser dentro da comunidade com os verdadeiros interessados: os moradores da Rocinha.

O presidente da EMOP se comprometeu a visitar a favela e conversar com os moradores, porém, até então não esteve no local, alegando falta de tempo. Agora em São Conrado ele se mostrou disponível para atender a elite carioca que está preocupada com os limites da favela, para que não venha atrapalhar o “glamour” de um dos bairros mais nobres da Zona Sul.

O líder comunitário Rafael da Rocinha se mostrou inteiramente contra a reunião de hoje e se juntou a outras lideranças para organizar um grupo de moradores a Rocinha para comparecerem na reunião em São Conrado.  Rafael mostra sua indignação: “Será que vamos ter que construir um hotel na Rocinha, para que o Sr.Ícaro compareça? A Rocinha além de maior de idade é vacinada e sabe lutar e reivindicar os seus direitos. Não precisamos da Amasco se intrometendo na nossa causa, cada um que olhe para os seus problemas”, disse ele. 

Sabemos que não é São Conrado que vai saber o que é bom ou ruim para nossa comunidade, o governador se comprometeu em reunião com os moradores de fortalecer a nossa participação nas decisões para a comunidade. Não são pessoas que moram em frente ao mar, com todo luxo que vão decidir por nós, é preciso ter participação de quem mora em meio a valas, becos, ratos e lixo, encostas.

A Rocinha , assim como as outras favelas precisam ser vistas como partes integrantes da cidade, somos conscientes e sabemos decidir por nós.