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A nova geração da animação

JB Impresso -
JB Impresso
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Foi lançada, neste último fim de semana, a nova série animada de Matt Groening (o criador de “Os Simpsons” e “Futurama”), “(Des)encanto” ((Dis)enchantement), pelo serviço de streaming Netflix. Apesar das expectativas (por ser de quem é), o piloto é bastante convencional e os episódios seguintes não vão muito adiante: animação simplória, piadas óbvias, nem um pouco do senso de rebeldia que víamos nas primeiras temporadas dos Simpsons ou mesmo nos trabalhos pregressos de Groening (as tirinhas “Life in hell”). É apenas uma pouco inspirada paródia de fantasia medieval. Sem o mesmo encanto do que Groening já fez antes.

Então, caso você queira ver outras animações direcionadas para adultos, o próprio Netflix tem algumas das melhores do momento, em seu catálogo. A começar por “BoJack horseman” (em produção desde 2014) sobre um cavalo ator (!), que já teve seus dias de glória em Hollywood e tenta reerguer sua carreira, fazendo todo o tipo de jogadas comerciais para isso.

A criação de Raphael Bob-Waksberg é sombria, cruel, um bocado deprê e bastante adulta – em dado momento, esquecemos que estamos vendo animais falantes, tal o envolvimento com o roteiro e personagens. O elenco vocal também é ótimo. O comediante Will Arnett (“Saturday night live”) faz BoJack, e Alison Brie (“Glow”) e Aaron Paul (“Breaking bad”) dublam personagens recorrentes. É melhor do que muita série atual, com atores de carne e osso.

Também está no catálogo Netflix (embora não seja uma produção original deles, é do Cartoon Network, exibida aqui, também, no Comedy Central) o sensacional e alucinado “Rick & Morty” (foto), em produção desde 2013. Os criadores, Don Harmon e Justin Roiland (que também fazem as vozes da dupla), se inspiraram claramente em Doc Brown e Marty McFly, de “De volta para o futuro”. Não deixam dúvidas.

Macaque in the trees
Divulgação

Contudo, em vez de viagens no tempo, o garoto Morty acompanha o tresloucado avô cientista Rick, em viagens interdimensionais e por recantos desconhecidos do cosmos. Assim, tomamos contato com todo o tipo de seres alienígenas e mundos e dimensões paralelas.

O desenho parece querer nos dizer que a raça humana não tem a menor importância, existem mil outros mundos, e não há um deus maior controlando tudo isso. Recomenda-se ver dois ou três episódios e dar uma parada. O ritmo vertiginoso, às vezes, nos deixa perturbados. E nunca desligue ou pule o capítulo quando acaba. Sempre há reveladoras ceninhas finais em todos eles. É a animação mais disruptiva da TV desde “South Park”.

Também vale muito a pena conhecer “Archer” (desde 2009 em produção, disponível na Netflix), uma paródia de espionagem muito bem desenvolvida; e, mais legal ainda, “The Venture Brothers”, que o criador Christopher McCulloch imaginou como uma versão revista e atualizada de Jonny Quest. É bacana demais da conta e merecia ser mais popular do que é. E, até mesmo, ganhar um longa animado para cinema. É a mais longeva série do segmento Adult Swim, do Cartoon Network (desde 2003); e, pode ser vista aqui, via YouTube.

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RUGIDOS

Netflix anunciou o lançamento mundial de sua primeira produção mexicana: será a reality serie “Made in Mexico”, que foca na elite daquele país. A partir de 28 de setembro.

Em outubro, os canais Disney lançam “Star wars: Resistance”, nova série animada baseada na saga estelar. Ela se passa na mesma timeline dos atuais filmes do cinema.

Os serviços de streaming já representam a maior base de consumo de música nos Estados Unidos, segundo pesquisa do Music Report. O artista campeão é Drake, com “God’s plan”.

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tom leão