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Sublime martírio

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Assistir aos jogos da Liga dos Campeões é, ao mesmo tempo, uma delícia e uma tortura. Sim, porque o nível do futebol apresentado na principal competição de clubes do planeta é altíssimo. De encher os olhos mais exigentes. Afinal, lá estão, sem exceção, os melhores jogadores do velho e violento esporte bretão. Os gramados são perfeitos, as arquibancadas estão lotadas e as jogadas fluem como que por música. Lembra algo?
Lembra, sim. Principalmente para aqueles que, como eu, já estão na estrada há muito tempo. O que vejo agora Real Madrid, Juventus, Barcelona, Manchester City, Bayern de Munique, Liverpool, Paris Saint-Germain e outros fazerem em campo me remete aos bons tempos em que o futebol brasileiro era, de fato, o melhor do mundo e nossos maiores craques ainda atuavam por aqui. Que saudade!
Os mais novos podem duvidar, mas já tivemos no Brasil times tão bons (alguns até melhores) que esses europeus de agora, montado pelos biliardários da bola. Falando apenas nos mais destacados que vi ao vivo, o Santos de Pelé, o Cruzeiro de Tostão, o Botafogo de Gérson, Jairzinho e Paulo César (o de Mané, infelizmente, eu era muito menino), o Internacional de Falcão, o Flamengo de Zico, o Atlético Mineiro de Reinaldo, Cerezo e Éder, o São Paulo de Telê, a Máquina tricolor de Francisco Horta, o Palmeiras da Parmalat e por aí vai.
Com um detalhe importantíssimo: todas essas equipes disputavam campeonatos extremamente parelhos com os outros times da época, igualmente cheios de ótimos jogadores, alguns deles, craques, mesmo. Enfim, tal como acontece, hoje em dia, na Liga dos Campeões, era um jogão atrás do outro. Até nos Estaduais.
A penúria financeira do nosso país e, por extensão, dos nossos clubes de futebol, aliada à cada vez pior qualidade dos nossos cartolas, causou o êxodo absurdo, que começou na década de 80 (após a fatídica Copa da Espanha) e, atualmente, faz com que percamos os jovens talentos, tão logo completem 18 anos – na verdade, são negociados antes, mas só podem sair com a maioridade, como acaba de acontecer com Vinícius Jr.
Triste é que, ao menos por enquanto, não há saída à vista. Se quiser se deliciar com futebol de verdade, faça como eu: ligue a TV na Liga dos Campeões, na Premier League ou nos principais jogos do Espanhol e do Italiano. Se delicie com o talento que um dia tivemos e sofra lembrando que já fomos o país do futebol e que ríamos do campeonato inglês, porque lá só tinha chuveirinho. Mas aonde é mesmo que a maldita prática campeia agora? Dá licença, que vou até ali chorar um pouco e já volto.


Preguiça e incompetência
O Flamengo tem a semana inteira para tentar melhorar o seu desempenho medíocre nos últimos jogos, mas em nenhum dos dias foi programado um período integral de treinamentos. Deve ser porque Maurício Barbieri considera que seu time está na ponta dos cascos.
E ainda há quem acredite no tal Centro de Incompetência do futebol rubro-negro. Não à toa, nas entrevistas, todos os jogadores defendem tanto o técnico. Uma moleza dessas, quem não gosta? Nos meus tempos de repórter, era tiro e queda. Treinador muito elogiado pelos seus atletas, já se sabia, fora engolido pelo grupo e perdera o comando. Era hora de botá-lo no olho da rua.


Debandada à vista?
No quinto dia útil de outubro, o Fluminense completará três meses de atrasos de salários na carteira dos jogadores tricolores (nos direitos de imagem o beiço é bem maior). É o que basta para que peçam rescisão de contrato e sejam imediatamente liberados pela justiça do trabalho.


Triste prioridade
Zé Ricardo decidiu poupar alguns titulares no jogo de hoje, contra o Bahia, em Salvador. A partida é válida pelas oitavas de final da Sul-Americana. A prioridade do Glorioso é a luta contra o rebaixamento, no Brasileiro. Após a última rodada, o alvinegro ficou a apenas dois pontos do Z-4. Perigo real e imediato. No próximo domingo, o Botafogo joga novamente em Salvador, desta vez no Barradão, contra o Vitória, adversário direto nessa briga inglória para escapar da Segundona.


Maluquice
Deixa ver se entendi: meu xará do Santos virou o novo diretor executivo da Vila Belmiro, mas continuará jogando até o final da temporada? E foi indicado pelo Cuca? Como demitirá o treinador, no futuro, se assim for necessário? Esse presidente atual do Peixe é completamente maluco. Cuca colocou um laranja dele no comando do futebol, isso sim. Nem Vanderlei Luxemburgo conseguiu tanto...


Trono vago
Preocupado com a contusão no joelho (que o fez abandonar o jogo contra Juan Martín del Potro, no US Open), o espanhol Rafael Nadal avisou que não jogará em Pequim e Shangai, perdendo pontos preciosos no ranking que ainda lidera. Assim sendo, seu trono passa a ser disputado diretamente por Roger Federer e Novak Djokovic, que se torna o favorito para assumir o número 1, por não ter mais pontos a defender até o final da temporada.


Solução diabólica
Bagé encontrou a saída para fazer o Vasco escapar do rebaixamento:
- Fazer todos os jogos que faltam contra o Mengão! Só contra nós, eles entram cuspindo marimbondos e arrumam alguma coisa...