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Prevenir suicídio passa por restrição da venda de agrotóxico, diz diretora

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A diretora de Vigilância de Doenças e Agravos Não Transmissíveis, Fátima Marinho, defendeu nesta quinta-feira, 20, a adoção de políticas que restrinjam o acesso a pesticidas e raticidas no País como forma de se prevenir casos de suicídio. Entre as medidas sugeridas, está a proibição da venda desses produtos em pequenas embalagens. "Apresentações maiores são mais caras. E o preço maior pode ajudar a coibir pessoas a comprar o produto e deixar em casa", afirma Fátima.

De acordo com ela, técnicos da pasta iniciaram um estudo sobre os reflexos à saúde pública provocados por agrotóxicos. As análises vão embasar medidas de prevenção. "Os números começam a indicar que agrotóxicos aumentam não apenas o risco de suicídio, mas de casos de aborto e malformações", disse.

O levantamento divulgado nesta quinta mostra que mais da metade (57,6%) das tentativas de suicídio no País foram por meio de intoxicações, como envenenamento ou abusos de substâncias. "Já conseguimos reduzir de forma muito significativa o uso de medicamentos nas tentativas de suicídio. Agora é a vez de agirmos com pesticidas e venenos", completou.

Além de ser a principal causa de tentativa de suicídios, a intoxicação exógena responde por 18% das mortes. Os números aumentaram de forma expressiva nos últimos 11 anos. Entre mulheres, indicadores passaram no período de 5.264 para 26.251. Entre homens, de 2.471 para 10.028. Medicamentos ainda são os principais agentes tóxicos utilizados, seguidos por raticidas e agrotóxicos.