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Pedida renúncia de chefe de universidade da Califórnia após escândalo sexual

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Professores da Universidade do Sul da Califórnia (USC), sacudida por um escândalo sexual que envolve um ginecologista que trabalhou no local, pediram nesta terça-feira (22) a renúncia do presidente da instituição, alegando que "perdeu autoridade moral para liderar".

Duzentos professores enviaram uma carta ao conselho diretor, à qual a AFP teve acesso, para "expressar indignação e decepção pela montanha de evidências do fracasso do presidente (C. L. Max) Nikias em proteger nossos estudantes, nossa equipe e nossos colegas de um repetido e perverso assédio e abuso sexual".

"Exortamos o presidente Nikias que se afaste e (se afaste do) conselho de diretores para restaurar a liderança moral da universidade".

O jornal Los Angeles Times revelou na semana passada anos de suposto abuso sexual por parte do ginecologista George Tyndall enquanto trabalhava na instituição. Foi demitido em 2017 depois que muitas denúncias foram ignoradas pelas autoridades universitárias.

Na segunda-feira, cinco graduadas processaram a USC e Tyndall, e espera-se que outras sigam esse caminho.

"A conduta da universidade é tão importante neste caso quanto a do médico", dizia a carta.

"A USC manteve em uma posição de poder e confiança um médico que abusou desse poder e dessa confiança para abusar sexualmente e degradar jovens estudantes, com ênfase nas mais vulneráveis estudantes internacionais e de minorias".

Uma das mulheres supostamente agredidas disse no processo que o médico as obrigou a se despir e as "manuseou sob um pretexto médico para sua 'satisfação sexual'".

O médico foi suspenso durante o período da investigação interna - que incluiu queixas documentadas desde 2000, destacando constantes comentários sexuais e racistas em sua consulta, e a descoberta de uma caixa com fotografias das genitálias de seus pacientes - e chegaram a um acordo em 2017 para que se demitisse.

Não foi reportado ao colegiado médico, que agora o investiga.

A Polícia de Los Angeles indicou que não há nenhuma investigação aberta contra o médico.

Este caso evoca o de Larry Nassar, ex-médico da Universidade de Michigan que foi condenado por ter abusado sexualmente de mais de 300 jovens atletas, incluindo campeões olímpicas de ginástica.