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Morte de Marielle Franco mobiliza mais de 567 mil menções no Twitter, aponta FGV DAPP

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O assassinato da vereadora do Rio de Janeiro Marielle Franco na noite de quarta-feira (14) no Estácio, bairro Central da capital fluminense, teve expressivo impacto nas redes sociais, mobilizando 567,1 mil menções no Twitter em 19 horas (entre as 22h de quarta e 17h de quinta). Foram identificados dois picos de menções no período, um por volta de 23h50 de quarta-feira, com média de quase 594 tuítes por minuto, e outro a partir das 10h50 de quinta (15), na média de 552 tuítes por minuto. Os dados fazem parte de levantamento da FGV DAPP.

Para comparação, o debate na rede social sobre a intervenção federal na segurança pública do Estado somou 73,4 mil menções no mesmo período. Com o arrefecimento do impacto político e eleitoral sobre o assunto, a intervenção mobilizou 93,6 mil menções na última semana (entre as 10h do dia 6 de março e as 10h do dia 13 de março), após um pico de 626,5 mil postagens nos dias subsequentes ao anúncio da medida (entre 0h do dia 15 de fevereiro e as 10h do dia 20 de fevereiro).

O nome da vereadora aparece em mais metade das publicações (60% do debate), em 340 mil menções. Além de palavras relacionadas à Marielle, entre as dez palavras mais usadas no debate estão "negra", em 74 mil menções (ou 13%); "mulher" (10%, 62 mil) e "assassinada" (10%, 57 mil). "Execução" e "executada" tiveram 57 mil menções cada (9%). Para a FGV DAPP, os dados destacam o debate sobre as motivações da morte da vereadora, colocando o fato como um assassinato e não uma tentativa de assalto.

A hashtag mais usada no debate, #mariellepresente, aparece em 44,7 mil postagens (8% do debate) e constou nos trending topics do Twitter no Brasil. Outras hashtags mais usadas foram #nãofoiassalto, em 17 mil postagens (ou 3%); #mariellefranco, em 11 mil postagens (ou 2%); e #mariellefrancopresente e #justiçaparamarielle, em cerca de 5,7 mil postagens (ou 1%) cada.

O levantamento apontou que, entre as publicações de maior repercussão, tiveram destaque as que exprimem comoção e choque pela morte da vereadora. Outras postagens relacionam a morte com a atuação enquanto defensora dos Direitos Humanos e relatora da comissão que acompanhará a intervenção federal da segurança pública do Rio.

Também repercutiram, por meio de compartilhamentos, tuítes feitos pela própria vereadora na véspera da sua morte e que fazem menção ao homicídio de um adolescente pela Polícia Militar e com críticas à atuação da PM em Acari, bairro da Zona Norte do Rio.

Os cinco perfis que tiveram maior influência no debate, cujas postagens foram mais compartilhadas, citadas e comentadas, foram o da usuária onika (@badgcat), cuja publicação questiona críticas direcionadas à Marielle; o do Psol (@PSOLOficial), partido ao qual a vereadora era filiada; o da cantora Elza Soares (@ElzaSoares); do ator e colunista Gregório Duvivier (@gduvivier); e do perfil @xamilass, que faz críticas ao sistema combatido pela vereadora. As publicações usam a expressão "Marielle, presente" e compartilham o vídeo de campanha como formas de homenagem à vereadora.

O estudo reforça que é "importante destacar que as menções a Marielle Franco expressam o seu perfil de mulher, negra e lésbica, que teve sua origem numa comunidade e era ativista dos direitos das mulheres e dos moradores de favela". "O fato de ser uma parlamentar, eleita com número significativo de votos também é ressaltado."