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Conheça o lendário torpedo russo Shkval que 'superou seu tempo'

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A modernização do torpedo de supercavitação Shkval está incluída no programa estatal de armamentos russo para o período entre 2018 e 2025, comunicou recentemente o chefe da corporação Takticheskoe Raketnoe Vooruzhenie (Corporação de Mísseis Táticos), Boris Obnosov.

O colunista da Sputnik, Aleksandr Khrolenko, explicou que este torpedo é capaz de se mover debaixo de água com uma velocidade superior a 300 km por hora devido ao seu motor hidrojato e que ele entrou em serviço em 1977. O torpedo continua servindo na Marinha da Rússia e, de acordo com o jornalista, "tem um grande futuro".

Para Khrolenko, o Shkval "superou seu tempo em muitas décadas". Inicialmente, ele tinha uma ogiva nuclear de 150 quilotons de potência e uma velocidade inédita de marcha, 100 metros por segundo, o que criou também certas inconveniências, como um elevado nível de ruído, seu curto alcance (até 10 km) e sua capacidade de submergir a apenas 30 metros, bem como a baixa capacidade de manobra.

A versão moderna do torpedo não nuclear será melhorada consideravelmente, tendo em conta seus novos objetivos e missões. O interesse mundial pelo Shkval é enorme e seu modelo de exportação custa US$ 6 milhões por unidade.

Segundo o colunista, o alto custo de tal armamento é justificado. Os torpedos têm sido aperfeiçoados ao longo de mais de um século. Além disso, o Shkval se destaca de seus concorrentes, pois "foi criado mais além dos limites do possível", ou seja, com ajuda de tecnologias espaciais.

O fato de tal torpedo ter surgido desmascarou a total vulnerabilidade dos grupos de porta-aviões da Marinha americana e influenciou as estratégias e táticas da Marinha russa, afirma Khrolenko.

"Na esfera de hidrodinâmica não temos igual, com o Shkval estamos adiantados umas quatro décadas em relação ao resto do mundo. Atualmente, somente a Rússia produz este tipo de armas em massa", sublinha o analista.

Vários países do mundo estão trabalhando para construir torpedos de supercavitação. Em 2004, os representantes da empresa alemã Diehl BGT Defence anunciaram a criação do torpedo de supercavitação Barracuda, equipado com um sistema de pontaria automática inovador. Mas, na realidade, o Barracuda não chegou a ser comercializado, observa Khrolenko.

Os EUA têm tentado desenvolver um torpedo similar desde 1997, mas ainda não conseguiram apresentar exemplares prontos. Em 2000, o cidadão americano Edmond Pope tentou clandestinamente comprar a documentação para o Shkval na Rússia, mas não o conseguiu fazer. Não obstante, os EUA possuem outro torpedo, o Mark 48, instalado nos submarinos, cuja modernização está em curso, porém, sua velocidade e alcance são muito menores em comparação com os padrões do Shkval.

No final de artigo, Khrolenko observa que a Rússia também é o único país que dispõe de antitorpedos.

"O poder naval de um país é a base da sua segurança, do seu crescimento econômico, assim como da presença e influência no oceano mundial", resume o autor.

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