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Endometriose: campanha esclarece população

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Dia 16 de março,  será lançada em todo o Brasil, pelo Instituto Crispi, a Campanha de Esclarecimentos sobre a Endometriose 2017.  A Endometriose é uma doença silenciosa que vem causando devastação no organismo feminino e está virando caso de saúde pública no Brasil, com acentuado crescimento, principalmente entre as mulheres mais jovens.  Como  ainda é pouco diagnosticada precocemente, a endometriose destrói vários órgãos das pacientes, até ser descoberta. 

Segundo o ginecologista Claudio Crispi, Coordenador da Campanha, pelo grau de destruição da doença,  os países mais avançados da Europa e os Estados Unidos já mantém campanhas permanentes de esclarecimento e reciclagem para médicos, para possibilitar um diagnóstico precoce e deter o avanço da doença. No Brasil, por falta de informação e conhecimento, a doença  tem sido detectada até 10 anos depois de seu aparecimento, o que pode mutilar a mulher. Uma das principais consequências da endometriose é a infertilidade. Cerca de 50% dos casos de infertilidade  nas mulheres do mundo inteiro,  são causados pela doença, que atinge 15% da população feminina entre 15 e 45 anos. Os principais sintomas da Endometriose são cólica menstrual intensa, sangramentos na urina ou nas fezes e dor forte durante o ato sexual. 

Para informar a população sobre o perigo da endometriose e a necessidade do diagnóstico precoce, explica o Professor Crispi,  o Instituto Crispi de cirurgias minimamente invasivas, entidade de pesquisa e divulgação da doença, realiza a Campanha de Esclarecimentos sobre a Endometriose 2017,  com distribuição  de folders, palestras, equipes de saúde orientando a população em eventos e mutirões de cirurgias em várias cidades brasileiras. 

Endometriose 

O Dr. Claudio Crispi explica também que a endometriose é uma doença conhecida há muitos anos, mas a grande dificuldade sempre foi obter o seu diagnóstico correto. O uso de métodos diagnósticos como a ultra-sonografia e exames de sangue, nem sempre conseguem definir com clareza a presença desta doença. No entanto, a ressonância nuclear magnética tem sido um instrumento importante para o diagnóstico da endometriose.  Observou-se então, que uma grande porcentagem de pacientes que sofrem de dor pélvica (em baixo ventre) que se intensificam progressivamente, como cólicas menstruais intensas, dor em cólica fora do período menstrual, dor profunda na relação sexual e esterilidade, são portadoras da Endometriose. Para exemplificar, nas pacientes com queixas de dor pélvica, alguns estudos científicos já observam a presença da doença em 60 a 70% dos casos. 

Mas o que vem a ser esta doença? 

O endométrio é um tecido que reveste internamente o útero e quando estimulado pelos hormônios femininos, cresce mensalmente, preparando o útero para uma gravidez. Quando esta não ocorre é eliminado como menstruação. 

Por alguns motivos, como o refluxo da menstruação pelas trompas, diferenciação de tecidos embrionários adormecidos e propagação pela corrente sanguínea, este endométrio pode se localizar em outros órgãos como as trompas, ovário, peritônio (membrana que reveste o abdome internamente), bexiga, intestinos, no fundo da vagina, etc. Estes locais, são também estimulados pelos hormônios femininos, sofrendo pequenos sangramentos e causando intensa reação inflamatória local, o que explica a dor de grande intensidade experimentada por essas mulheres. Quando não diagnosticada, a doença progride, intensificando a reação inflamatória e a dor. E pode invadir a bexiga causando sintomas urinários como, cistites e sangue na urina, podendo ainda invadir o intestino e o reto, causando sintomas intestinais no período menstrual. Toda essa reação inflamatória acarreta também, deformação dos órgãos do aparelho reprodutor, diminuindo a capacidade da mulher engravidar. 

Portanto, estamos diante de uma doença que traz grande sofrimento à mulher, incapacitando-a para suas atividades sociais e profissionais por vários dias mensalmente ou impedindo-a de engravidar. A necessidade de um diagnóstico precoce é essencial não só para o sucesso do alívio da dor, como para preservar a capacidade reprodutiva da mulher.