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Relatório mostra que congelamento de embriões cresceu 40%

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Um levantamento realizado pela Anvisa revela um crescimento de 40% no número de embriões congelados no último ano. Foram mais de 67 mil. Esse resultado está no 9º Relatório do Sistema Nacional de Produções de Embriões (SisEmbrio) e o número endossa uma recente pesquisa do IBGE que mostrou um aumento das mulheres que decidiram ter filho após os 30 anos. Em 2015, três em cada dez mães já tinham mais de 30 anos. De acordo com o levantamento, 20,3% dos nascimentos ocorreram entre mães de 30 a 34 anos e 10,5% entre mulheres de 35 a 39. Em uma comparação com o ano de 2005, os bebês que nasciam eram de mulheres entre 20 e 24 anos representavam 30,9%.

Esses números mostram que cada vez mais as mulheres estão buscando seu espaço no mercado de trabalho, querem estabilizar primeiro a vida financeira e crescer profissionalmente antes de ter um filho. Mas, para muitas, o relógio biológico em contagem regressiva não ajuda. De acordo com o SisEmbrio, dos embriões congelados, cerca de 70% estão na Região Sudeste, 12% na Região Sul, 11% na Região Nordeste, 6 % na Região Centro-Oeste e 1% na Região Norte.

Além do congelamento de embriões, o número de congelamento de óvulos também cresceu em média 30%. O congelamento de óvulos pode ser feito por qualquer mulher que pense em alongar seu período reprodutivo pode congelar óvulos visando a gravidez futura. Já o congelamento de embriões é mais procurado por casais que decidem juntos adiar a gestação, já que para fecundação é necessário o material genético de um homem e uma mulher.

Indicações

Os primeiros congelamentos de óvulos e embriões foram feitos no intuito de preservar a fertilidade de mulheres que iriam se submeter a um tratamento que pudesse prejudicar a saúde de seus óvulos, como quimio e radioterapia. Algum tempo depois, começou a ser utilizado por mulheres que assumiam o desejo da maternidade após os 30/40 anos.

“A gravidez torna-se mais difícil a partir dos 35 anos. Ao nascer, a mulher possui cerca de um a dois milhões de óvulos, e não produz durante toda a vida. Quando chega aos 37 anos, esse número cai para 25 mil óvulos; aos 51 anos, apenas mil. Podemos dizer que até os 32 anos a mulher tem cerca de 50% a 60% de chances de engravidar. Aos 37, as chances caem para algo em torno dos 30%; aos 39, 25%; com 40, 15%; e 43, apenas 5%”, destaca o ginecologista e especialista em reprodução humana Marcio Coslovsky, diretor médico da Primordia Medicina Reprodutiva, no Rio de Janeiro.   

Como funciona

“Primeiro fazemos a indução da ovulação a partir do segundo ou terceiro dia da menstruação. De forma semelhante à fertilização in vitro (FIV), a ideia é ter muitos óvulos a partir de nove ou dez dias de medicação”, explica Coslovsky. Depois é realizada a coleta de óvulos através da aspiração à vácuo guiada por ultrassom. O procedimento é feito sob sedação da paciente. 

No caso do congelamento de embriões, o óvulos são fecundados pelo espermatozoide em laboratório e, posteriormente, congelados, da mesma forma como o óvulo. Para fertilizar, é necessário um parceiro masculino ou banco de sêmen. É um procedimento de rotina para as clínicas de reprodução e tem um preço semelhante à fertilização in vitro. 

“Existem dois métodos para congelamento do óvulo/embrião, o lento e o rápido, mais conhecido como vitrificação”, adianta o especialista. No primeiro, a temperatura diminui gradualmente. Já na vitrificação, o óvulo é submetido a baixa temperatura de forma abrupta. O segundo método, mais utilizado hoje em dia, evita a formação de cristais, fazendo com que o resultado da recuperação desse óvulo/embrião seja maior. Os óvulos/embriões são vitrificados em nitrogênio líquido e estarão à disposição para o futuro.

Resultados

Não há diferenças entre as chances de gravidez com um óvulo “fresco” e um óvulo congelado, pois, após o descongelado, o óvulo fertilizado se torna igual ao óvulo fresco. As chances são semelhantes a de uma gestação por FIV, algo em torno de 45%. 

“Quando a mulher decide engravidar, no caso dos óvulos, descongelamos e realizamos a fertilização no mesmo dia. No dia seguinte, teremos embriões em andamento. De três a cinco dias depois, marcamos a data da devolução dos embriões para a paciente”, descreve Coslovsky. No caso dos embriões, é feito o descongelamento e logo em seguida a transferência para o útero.

Normalmente, são utilizados dois embriões e, uma vez conquistada a gravidez, a chance de ser única é de 80% e de ser dupla (gêmeos), 20%.

Quando congelados, o óvulos e embriões permanecem com a “idade” da época do procedimento. “Se uma mulher congela seus óvulos ou embriões aos 30 e decide engravidar aos 38, as chances de gravidez são iguais a de uma mulher de 30 anos. Como as chances são proporcionais à idade da paciente, quanto mais jovem for feito o procedimento, maior a chance de conquistar a gravidez”, destaca Marcio Coslovsky.

Não existe uma tempo limite para o congelamento do óvulo ou embrião. Mas é preciso arcar com os valores para garantir a manutenção deles nas clínicas. 

Serviço

Primordia Medicina Reprodutiva

Endereço: Rua Alberto de Campos, 175, Ipanema

Telefones: 21 2247.0818 / 2247-0919

www.clinicaprimordia.com.br