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Convenção aborda saúde vascular na rede pública no Rio de Janeiro

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No próximo sábado, 3 de setembro, a Sociedade Brasileira de Angiologia e Cirurgia Vascular do Rio de Janeiro (SBACV-RJ) realiza convenção no Colégio Brasileiro de Cirurgiões (CBC) para debater os problemas enfrentados por portadores de doenças vasculares nos serviços públicos. Os principais pontos foram levantados em uma pesquisa elaborada pela SBACV-RJ e serão apresentados durante o evento. Dentre eles, estão:  varizes dos membros inferiores, úlceras venosas, feridas crônicas e pé diabético.

A entidade pretende alertar sobre as carências no tratamento das doenças vasculares de maior prevalência no município do Rio de Janeiro. “Dentre as principais necessidades, vemos que é importante aumentar a oferta de consultas ambulatoriais em cirurgia vascular e acesso aos exames de eco color Doppler, essencial para diagnóstico e acompanhamento dos pacientes”, destaca o presidente da SBACV-RJ, Carlos Peixoto. De acordo com o especialista, é preciso desenvolver novas estratégias para redução das enormes filas do Sistema de Regulação de consulta do Ministério da Saúde (SISREG) para consulta em cirurgia vascular e encaminhamento dos pacientes.

Outro grande problema do município é o tratamento dos pacientes diabéticos com feridas no pé, o chamado pé diabético. De acordo com o levantamento SBACV-RJ, a doença é responsável por um alto índice de amputações, e que possui uma demanda superior a 5 mil casos por ano somente na cidade. “O paciente diabético tem entre 15 a 40 vezes mais chances de sofrer uma amputação do que a população geral, pois além da dificuldade de cicatrização, também tem mais possibilidade de desenvolver machucados nas extremidades, já que uma das consequências da doença é a diminuição da sensibilidade”, explica Peixoto. De acordo com a SBACV-RJ, 60% dos pacientes diabéticos com ferida, que procuram atendimento em hospitais de emergência do município do Rio de Janeiro, são submetidos a amputação, sendo que a maioria poderia ser tratada previamente em unidades básicas de saúde ou em centros secundários, sem necessidade de internação nas grandes emergências, desde que houvesse o atendimento multidisciplinar.  “Essa é a principal causa de internação e de amputação dos membros inferiores”, acrescenta o especialista.

Outro ponto deficiente destacado na pesquisa são os locais de atendimento do SUS, que podem ser melhor aproveitados para que sejam criados centros ambulatoriais secundários, para consultas individualizadas de pacientes com feridas complexas. A úlcera venosa, por exemplo, é a principal causa de feridas crônicas nas unidades básicas de saúde e equivalem a 70% dos gastos com cuidados e curativos na Atenção Primária à Saúde. A incidência anual está entre 0,5 e 2% da população. “Cerca de 2,6 mil pacientes aguardam consulta em cirurgia vascular, sendo a maioria constituída por pacientes candidatos a tratamento de varizes de membros inferiores”, destaca Peixoto. “A oferta de tratamento sempre foi insuficiente, o que faz com que a fila de espera aumente cada vez mais”, acrescenta. 

A inclusão das novas tecnologias também pode ajudar a ampliar a capacidade de tratamento da doença venosa. De acordo com Peixoto, as novas técnicas minimamente invasivas, como termoablação venosa com radiofrequência ou laser, escleroterapia com esmpuma, eco-guiada, podem ser realizadas com ambiente ambulatorial, diminuindo o risco de internações e complicações.