Na quinta-feira, 28 de julho, é o Dia Mundial da Hepatite. Para marcar a data, a Organização Mundial da Saúde (OMS) lança neste ano a campanha “NoHep – pelo fim das hepatites virais”. A ação tem como objetivo mobilizar governos e sociedade no intuito de eliminar a hepatite viral até 2030. Para isso, foca no tripé: prevenção, diagnóstico e tratamento.
Segundo a OMS, hoje, em todo o mundo, 10 milhões de pessoas estão infectadas por hepatites virais. Destas, 95% não sabem que possuem a doença e menos de 1% tem acesso ao tratamento. O resultado é que 1,4 milhão morrem a cada ano.
Na maioria dos casos, as hepatites virais apresentam sintomas bem característicos e os exames laboratoriais servem para complementar o diagnóstico clínico. Exceções acontecem em casos de infecção pelo vírus hepatite B (HBV) que pode, em raros casos, cursar de forma assintomática, mas o paciente pode transmitir a doença. “No caso da hepatite C, os casos de infecção assintomática são mais frequentes. Por isso a importância dos exames diagnósticos”, destaca Helio Magarinos Torres Filho, patologista clínico e diretor médio do Richet Medicina & Diagnóstico.
Atualmente, são conhecidos mais de cinco tipos de hepatites virais, sendo as mais comuns as A, B, C e D. Destas, apenas duas podem ser prevenidas pela vacinação: as dos tipos A e B. O diagnóstico de infecção por hepatites virais pode ser feito através diversos exames. Veja abaixo:
Hepatite A
Transmitida pela água e alimentos contaminados ou através de uma pessoa para a outra, por via oral-fecal. A infecção dura de 10 a 50 dias. Quando aparecem, os sintomas mais comuns são: febre, pele e olhos amarelados, náuseas e vômitos, desconforto abdominal, falta de apetite, urina escura e fezes esbranquiçadas. Uma vez infectada, a pessoa desenvolve imunidade. A prevenção pode ser feita através da vacinação, higiene pessoal, melhorias das condições sanitárias, tratamento adequado da água e consumo de alimentos bem cozidos.
Diagnóstico:
Anti-HAV IgG ou totais (IgG + IgM em um único teste) – os testes sorológicos, mais conhecidos como IgM e IgG, identificam os anticorpos produzidos pelo organismo para combater o vírus. O resultado das imunoglobulinas M (IgM) reagente mostra que a doença está na fase aguda, o que indica uma infecção recente. Já o IgG reagente (positivo) mostra se a pessoa possui anticorpos para a doença. “Esses anticorpos podem ter se desenvolvido após uma infecção ou depois que a pessoa se vacinou contra a hepatite. Pessoas que não tiverem os anticorpos detectados têm recomendação para a vacinação”, esclarece Helio Magarinos Torres Filho.
Hepatite B
Transmitida pelo sangue, agulhas, materiais cortantes contaminados e relação sexual. A doença tende a ser assintomática, por isso, grande parte dos infectados só descobre após anos, muitas vezes por acaso. O tempo médio de incubação do vírus é de 90 dias. Pode também passar de mãe para filho no momento do parto. A prevenção é feita através da vacinação.
Diagnóstico:
- HbS-Ag – exame que detecta o antígeno HbS-Ag, que surge no organismo da pessoa infectada, logo após a infecção (até 45 dias).
- Anti-HbC IgM - exame utilizado para confirmar o diagnóstico de hepatite B aguda, ou seja, recente. Podendo permanecer positivo por até seis meses.
- Anti-HbS - corresponde ao anticorpo de memória. Pessoas que não tiverem os anticorpos detectados têm recomendação para a vacinação
Hepatite C
Tem transmissão semelhante a hepatite B, através de contato sanguíneo, via transfusões, dentistas, manicure, tatuagens, colocação de piercings, uso de drogas, relações sexuais, etc. Pode permanecer assintomática por um período bastante variável de tempo, décadas em alguns casos. Ainda não existe vacina para hepatite C. Para prevenir, evite uso de materiais cortantes ou agulhas que não estejam devidamente esterilizados e utilize objetos descartáveis bem como material próprio em manicures.
Diagnóstico:
- Anti-HCV – é o teste de rastreamento para infecções pelo vírus causador da hepatite C. Em caso de resultado positivo, é recomendada a realização do teste HCV RNA PCR, pois o primeiro pode estar sujeito a resultados falso-positivos e o segundo serve como teste confirmatório. Qualquer pessoa que teve contato com o vírus em algum momento da vida apresentará um resultado positivo.
- HCV RNA PCR - O teste HCV RNA PCR pode também servir nos casos em que existe uma suspeita forte de infecção pelo HCV e o teste Anti-HCV se encontra negativo, pois o tempo para a positivação deste teste pode ser variável e levar até alguns meses.
Hepatite D
O vírus da hepatite D se manifesta na presença do vírus do tipo B e sua forma de transmissão é a mesma do vírus B. A infecção concomitante acelera a progressão da doença crônica. A vacinação contra a hepatite B também protege de infecção com a D.
Diagnóstico:
Anti-VHD IgG e IgM – o diagnóstico é feito com base no aparecimento de antígenos e de anticorpos específicos no sangue, durante o período de incubação ou quando a doença se manifesta.