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Embolia pulmonar acomete cerca de 150 mil pessoas por ano no Brasil 

Doença afeta o coração, aumenta o trabalho cardíaco e pode evoluir para insuficiência cardíaca

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A embolia pulmonar ocorre quando um coágulo localizado em uma das veias das pernas ou da pelve se solta, viaja pelo organismo e se instala em uma das artérias do pulmão, obstruindo o fluxo sanguíneo. No Brasil, estima-se que o problema acomete cerca de 150 mil pessoas por ano.

                                                                          Segundo o coordenador da Cardiologia e Cirurgia Cardiovascular e coordenador das Unidades de Terapia Intensiva do Hospital e Maternidade Sino Brasileiro - Rede D'Or, Dr. Elcio Pires Junior, esta é uma complicação que afeta tanto os pulmões quanto o coração, já que com as obstruções das artérias pulmonares, o coração tem de trabalhar para manter a circulação do sangue que vai para os pulmões.

A conseqüência do tromboembolismo pulmonar é a redução do tamanho dos vasos pulmonares, aumentando a resistência ao fluxo sanguíneo e gerando hipertensão nestas artérias. Estas alterações podem ocasionar a falência aguda do coração e, eventualmente, redução da força do órgão. O grau da obstrução e o tamanho do vaso comprometido são os fatores determinantes do grau de gravidade na embolia pulmonar.

Estima-se que seja necessário o comprometimento de pelo menos 50% do vaso pulmonar para que ocorra elevação significativa da pressão arterial pulmonar e, conseqüentemente, a síndrome do cor pulmonale. Pacientes que já apresentavam comprometimento cardiorrespiratório prévio ao episódio de tromboembolismo pulmonar podem ter piora das condições cardiorrespiratórias com êmbolos de menor extensão.

Os fatores que podem desencadear o problema vão desde a falta de movimento nos membros inferiores, que pode ser por causa de uma fratura ou acidente, uma longa viagem de avião, carro ou ônibus, e até pacientes que ficam hospitalizadas por um longo período. Outro grupo de risco para a embolia são as pessoas obesas, com idade avançada, grávidas e fumantes. “O diagnóstico deve ser criterioso já que muitos dos sintomas apresentados – falta de ar, dor no peito, ritmo cardíaco acelerado, tonturas e náuseas - já fazem parte do cotidiano de portadores de outras doenças clínicas", afirma o especialista. 

O tratamento deve ser realizado o quanto antes com anticoagulantes, na tentativa de evitar que mais trombos se formem. Nos casos mais graves, onde há um comprometimento cardíaco e a chance de morte se eleva muito, são utilizadas medicações trombolíticas, para tentar dissolver os coágulos, ou procedimentos cirúrgicos para desobstruir as artérias acometidas, porém a mortalidade, nestes casos, é elevada, de 50 a 100%. “Para evitar que novos casos ocorram, o paciente deve adotar hábitos saudáveis e mudanças de comportamento que incluem: parar de fumar, praticar atividades físicas, controlar o peso, tomar os medicamentos recomendados da forma correta e manter as consultas médicas em dia”, finaliza o especialista.