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Mitos e verdades sobre implante de silicone após a maternidade

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A atriz global Juliana Paes admitiu que colocou silicone depois do segundo filho. O cirurgião plástico dr. Leandro enumera e explica detalhadamente o que elas precisam saber para conseguir seios perfeitos. 

- Plástica nas mamas atrapalha o aleitamento materno?

No caso da simples inclusão de implantes mamários de silicone (sem retirada de pele), os fatores a serem levados em consideração (no quesito aleitamento) seriam, principalmente, a via de acesso (local onde é realizada a incisão por meio da qual a cirurgia ocorre) e volume do implante (que, quando em exagero, poderia comprimir excessivamente o tecido glandular sobrejacente e, por si só, funcionar como fator traumatizador local).

No caso das reduções (mamaplastias redutoras), junto à gordura retirada há também variado volume de glândula, que é o tecido produtor de leite. Quanto menos tecido residual, menos células produtoras de leite. Seguindo o raciocínio lógico, nesses casos, poderia sim haver uma redução na capacidade de produção de leite, mas é tudo muito variável. O tecido glandular mamário responde aos estímulos hormonais da gestação de forma bastante variável de mulher para mulher. Ou seja: mamas grandes e cheias de glândula/ parênquima não são garantia de farta produção de leite, nem mamas pequenas, de produção insuficiente. 

O fato é que nenhuma dessas cirurgias condena as mulheres a não mais poderem amamentar, mas quanto maior for a complexidade do procedimento mamário realizado e quanto maior for a alteração imposta à arquitetura local, maiores serão as chances de problemas num futuro aleitamento.

- Qual a vida útil de um implante mamário? 

Os implantes atuais são produzidos com gel de silicone altamente coesivo e revestimento resistente, mas, apesar da longa vida útil que essas características lhes conferem, não são eternos. Não há um prazo fixo para troca. Na prática, o que se observa é um aumento progressivo no índice de alterações que indicariam a necessidade de troca à medida que aumenta o tempo decorrido da cirurgia de inclusão dos implantes, até, geralmente, um limite máximo de 20 anos para algumas fabricantes.

- Implantes de silicone aumentam o risco de doenças e/ou de câncer de mama?

Não. Não há qualquer relação entre implantes mamários de silicone e aumento na frequência de qualquer patologia, quer seja ela na mama ou em outros órgãos. As mulheres com implantes, como todas as outras, apenas deverão manter avaliação médica periódica e realizar os exames de imagem que seu cirurgião julgar necessários (possivelmente, antes do previsto para as mulheres sem implantes), para monitorização.

- Implantes podem se romper, girar ou sair do lugar?

Sim. Apesar da elevada qualidade dos implantes mamários atualmente oferecidos pelas maiores empresas no mercado, ainda assim é possível que, por algum imprevisto (não seguimento correto das orientações pós-operatórias, trauma mecânico, infecção, má técnica cirúrgica, implante de baixa qualidade), haja ruptura ou deslocamento, mudança de posição do(s) implante(s). Nestes casos, nova cirurgia estaria indicada.

- Como é o pós-operatório?

Há que existir um comprometimento por parte da paciente com todo o processo que envolve uma cirurgia. E o entendimento de que há aspectos inerentes às características orgânicas de cada um, que por si só podem influenciar negativamente o processo de cicatrização.

No geral, estariam indicados:

A.    Hábitos alimentares saudáveis;

B.    Ingestão hídrica generosa (2-3L/ dia), que minimiza os riscos de trombose e favorece a cicatrização e o bom funcionamento de rins e intestino;

C.    Não ingestão de bebidas alcoólicas, que de imediato podem causar vasodilatação, piora de inchaço, sangramento e, num segundo momento, desidratação;

D.    Não fumar, por seus múltiplos malefícios, em especial, lesão vascular, isquemia tecidual, piora na qualidade da cicatrização;

E.    Não se expor ao sol pelo período mínimo de 60 dias, a contar da data da operação, porque os melanócitos (células que produzem o pigmento escuro da pele) ficam mais sensíveis à radiação UV durante o processo de cicatrização, podendo escurecer as cicatrizes;

F.    Não realizar atividades físicas ou afastar os braços do tronco, porque até aproximadamente um mês e meio (45 dias) a cicatriz ainda apresenta uma resistência muito pequena ao estiramento, podendo, caso tenha sido estimulada precocemente, vir a alargar no futuro;

G.    Dormir de barriga para cima por um mês;

H.    Dê preferência para roupas de fácil vestimenta, para que não seja necessário elevar os braços;

I.      Faça uso contínuo do sutiã cirúrgico por pelo menos um mês (24h/ dia);

- Existe uma época melhor para fazer a cirurgia? 

A melhor época é a que melhor permitir que a paciente realize repouso moderado e siga corretamente as recomendações médicas pré e pós-operatórias.

“Em resumo, após dois meses, correndo tudo bem com o processo de recuperação pós-operatória, as pacientes estão aptas à vida normal: atividades físicas sem restrições (apenas evitando impacto na região das mamas, quando tiver havido inclusão de implantes), dormir de bruços, praia (recomendado apenas o uso de protetor solar nas cicatrizes até em torno de 1 ano ou pouco mais, quando de fato as cicatrizes estariam completamente maduras)”, finaliza o cirurgião plástico dr. Leandro Ventura.