ASSINE
search button

Laboratórios oferecem teste para detectar vírus da zika no sêmen

Compartilhar

No dia 22 de março, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) determinou que casais que vão se submeter à fertilização in vitro devem realizar um teste para Zika antes de realizar o procedimento e não poderão fazer o tratamento caso o vírus seja detectado em seu organismo. Doadores de sêmen ou óvulo também devem fazer teste para detecção do vírus e, se o resultado for positivo, não poderão fazer a doação.

Motivados pela recomendação da Anvisa e pela necessidade de oferecer um diagnóstico correto da doença, laboratórios de todo o Brasil começaram a disponibilizar testes para a Zika. O Richet Medicina & Diagnostico, um dos pioneiros em exames de alta complexidade, oferece hoje um teste que pode ser realizado no sangue, na saliva, na urina, no líquido amniótico, líquor (fluido cerebrospinal) e também no sêmen. O exame é realizado pela técnica do PCR (Reação em Cadeia da Polimerase, na sigla em inglês), que amplifica o material genético do vírus (RNA), e oferece o resultado qualitativo e quantitativo. Ambos identificam o RNA no organismo do paciente, mas o segundo consegue também medir a carga viral, ou seja, a concentração de vírus circulante. O resultado sai em três dias. “Há indícios de que o material genético do vírus permaneça por mais tempo no sêmen, assim como acontece na urina, onde ele fica presente por até 20 dias”, destaca o patologista clínico Helio Magarinos Torres Filho. O teste no sêmen é recomendado especialmente em caso de tratamentos para reprodução humana. O diagnóstico por outras vias (sangue, saliva, urina, líquido amniótico e líquor) é indicado para mulheres.

Além o teste pela técnica do PCR, o Richet oferece a sorologia. Esse exame faz a busca por anticorpos imunoglobulina G (IgG) e imunoglobulina M (IgM), e detecta a resposta imunológica do organismo do paciente infectado. Esses anticorpos são produzidos pelo organismo quando entra em contato com algum tipo de agente invasor. O IgM positivo é um sinal de que a doença está em fase aguda, já o IgG reagente indica que o paciente teve a doença no passado. Por isso, pode ser realizado a partir do quinto dia de sintoma e também após o décimo dia. O resultado também sai em três dias.

Para Marcio Coslovsky, especialista em reprodução humana e diretor médico da Primordia Medicina Reprodutiva, a medida anunciada pela Anvisa, é importante, pois vivemos um momento de incertezas e muitas dúvidas sobre a transmissão do vírus por essas vias para os bebês. “O teste fará parte da gama das outras sorologias já solicitadas, como Hepatite e HIV. Contudo, estamos poucos laboratórios realizam o teste, tanto no sistema privado como no público. Nossa expectativa é que os laboratórios se capacitem e comecem a oferecer essa possibilidade logo”, ressalta o especialista.