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Procura por cirurgias plásticas aumenta 80% no inverno

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Com a chegada do inverno a procura por cirurgias plásticas aumenta 80%, segundo a Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP). Com a temperatura mais amena, o número de intervenções cirúrgicas fica evidente com o aumento de pacientes procurando procedimentos estéticos e correções cirúrgicas.

Segundo o cirurgião plástico André Ramalho Braga, membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, esta época do ano é favorável para as pessoas buscarem o repouso, além de exigir menor exposição do corpo e ser menos árduo o uso da cinta, o que favorece  uma recuperação mais rápida e menos dolorosa. Porém, alguns cuidados devem ser tomados, principalmente quanto à segurança na hora de escolher o médico e a clínica onde será feito o procedimento.

"O inverno é uma das melhores épocas para realizar cirurgias plásticas, apesar das pessoas poderem se operar o ano todo com segurança e ambientes refrigerados na recuperação. Mas, quem se submete a estes procedimentos não pode expor o corpo ao sol, principalmente o rosto. Além disso, nos casos de lipoaspiração é obrigatório o uso de cintas modeladoras, que são incomodas em dias quentes", explica Ramalho Braga, que possui consultórios em Copacabana e Barra, no Rio de Janeiro.

"Pacientes que fazem operações faciais, como lifting facial, blefaroplastia (pálpebra), rinoplástia (nariz) e otoplastia (orelha de abano) não podem receber radiação solar, mesmo que utilizem guarda-sol ou façam uso de protetores solares", relata, lembrando que o inverno é favorável para a diminuição de edemas e inchaço no pós-operatório, além disso, a exposição ao sol durante o inverno é menor, pois o calor pode prejudicar o processo de cicatrização".

O cirurgião revela ainda, que muitos pacientes aproveitam esse período, para fazer mais de um procedimento cirúrgico no mesmo dia. "Geralmente, optam por transformar mais de uma região do corpo, escolhem as áreas próximas, principalmente no tronco, como o abdômen e seios", diz. Braga alerta também que, como qualquer outra cirurgia, a plástica oferece riscos que podem ser evitados ao buscar informações importantes sobre o especialista e clínica, sendo fundamental obter referências com amigos, ou familiares e órgãos competentes.

No Brasil, de acordo com o Conselho Federal de Medicina (CFM), há cerca de 12 mil médicos exercendo a medicina na clandestinidade e diversas clínicas realizando procedimentos sem estarem qualificadas. Para a Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP), esses profissionais inaptos, que realizam cirurgias plásticas na ilegalidade, representam perigo para a segurança dos pacientes.

Exemplos de casos que passaram por esta situação não faltam. A estudante Ramissa Vila, 23, procurou em abril deste ano uma clínica em Campo Grande, na Zona Oeste do Rio, indicada por amigas para realizar um procedimento chamado Hidrolipo, onde a paciente sairia, horas depois do procedimento, sem as gorduras localizadas e completamente restabelecida. Infelizmente não foi isso que aconteceu. Ramissa acordou no hospital, levada pelo namorado com muitas dores no peito e princípio de embolia pulmonar. "Eu vi a morte de perto, e se pudesse voltar ao tempo não faria nada neste local, que acaba de ser fechado. Fiquei mais de um mês hospitalizada e meu conselho é que nunca se operem sem antes conhecer a clínica e ter referencias do cirurgião".

Hoje, Ramissa Villa está sendo atendida pelo cirurgião plástico André Braga, que trata de uma ferida no quadril da paciente, uma reminiscência da Hidrolipo realizada na clínica clandestina. De acordo com Braga é necessário alertar a população sobre os perigos de se realizar uma cirurgia com um profissional não qualificado e em clínicas ilegais.

Segundo o médico, para estar habilitado a realizar uma cirurgia plástica, são necessários seis anos de formação na faculdade de Medicina, dois anos de residência em cirurgia geral e três anos de residência em cirurgia plástica. "São 14 mil horas de treinamento. Depois, o médico faz provas para ter o título de membro da SBCP".

Para saber se o profissional está apto a exercer a sua função, André Ramalho Braga aconselha a acessar o website da SBCP e procurar na lista os cirurgiões que são membros.