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Plantio demudas no Parque da Tijuca encerra a 11ª edição do Viva a Mata

Pela primeira vez no Rio, evento da SOS Mata Atlântica promoveu compromissos em torno da floresta

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Uma mobilização para retirada de espécies exóticas e plantio de mudas em uma área do Parque Nacional da Tijuca marcou no último domingo (17) o encerramento da 11ª edição do Viva a Mata 2015, evento anual da Fundação SOS Mata Atlântica que pela primeira vez foi realizado na cidade do Rio de Janeiro. Durante nove dias, milhares de pessoas passaram pelo espaço montado no Jardim Botânico, com o apoio do Jardim Botânico do Rio de Janeiro (JBRJ), do Museu do Meio Ambiente e do Serviço de Educação Ambiental do Instituto de Pesquisas JBRJ, da TAM, da Rede Globo, do Meu Rio e da Brasil Kirin. O patrocínio foi do Bradesco Seguros - Capitalização.

Para Marcia Hirota, diretora executiva da SOS Mata Atlântica, o evento conseguiu reunir e transmitir a essência da Fundação. “Realizar o evento no Rio de Janeiro foi uma experiência incrível. O Viva a Mata é considerado uma plataforma para a troca de experiências e trabalhamos para que isso seja cada vez mais forte, para cada vez mais ampliar esta rede em torno da questão ambiental”.

Gratuito e aberto ao público, o evento promoveu seminários e debates sobre diversos temas envolvendo o ambiente das florestas, do mar e das cidades, além das atividades de educação ambiental, culturais e passeios integrados ao caminhão do projeto “A Mata Atlântica é Aqui”, que lançou seu 7° ciclo de atividades com visual renovado, oferecendo uma ampla programação com atrações como contação de histórias, jogos, palestras e brincadeiras. O projeto, viabilizado pelo Ministério da Cultura, por meio da Lei de Incentivo à Cultura, com patrocínio da Repsol Sinopec Brasil e Volkswagen Caminhões e Ônibus, percorrerá diversas cidades do Sudeste neste ano.

Compromissos pela Mata Atlântica

O Teatro Tom Jobim foi a sede de uma série de reuniões, como o encontro “Planos Municipais de Mata Atlântica (PMMAs): experiências e oportunidades”, onde foi lançado o PMMA do Rio de Janeiro. Instrumento previsto na Lei da Mata Atlântica que tem a função de orientar as políticas públicas para a conservação da floresta em nível municipal.

Já no Palácio Guanabara, o “Encontro dos Secretários de Meio Ambiente dos Estados da Mata Atlântica”, reuniu pela primeira vez 14 estados para debater a situação da Mata Atlântica e estabelecer metas visando ampliar a cobertura florestal nativa e perseguir o desmatamento ilegal zero no bioma. O encontro foi o ponto de partida para a elaboração de uma carta conjunta, que irá consolidar o compromisso das autoridades. A intenção é que o documento seja divulgado no próximo dia 27 de maio, quando é comemorado oficialmente o Dia da Mata Atlântica.

A solenidade oficial do evento, realizada na quarta-feira (13), reuniu mais de 400 pessoas no auditório e contou com as presenças da ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, do ex-ministro da pasta, Carlos Minc, do presidente da SOS Mata Atlântica, Pedro Luiz Passos, e do vice-presidente da entidade para a área de Mar, Roberto Klabin, entre outras personalidades. A Fundação ainda homenageou pessoas de atuação reconhecida no movimento socioambiental do Rio de Janeiro e lançou a primeira edição da revista ‘Conhecimento’, uma coletânea que reúne os artigos de especialistas da ONG publicados em jornais e revistas de grande circulação do país, bem como textos inéditos de jornalistas convidados.

A noite da solenidade contou também com a surpresa da iluminação do Cristo Redentor com cores verdes em comemoração ao evento. A ação foi realizada em uma parceria da Fundação SOS Mata Atlântica com a Mitra Arquiepiscopal e o ICMBio – Parque Nacional da Tijuca.

Dados inéditos sobre a floresta no Rio e Seminário

O dia 14 foi marcado pelo lançamento dos dados inéditos sobre a situação da Mata Atlântica no Estado do Rio de Janeiro. Com uma nova metodologia, o monitoramento teve sua precisão aumentada de 3 hectares para 1 hectare (ha), o que permitiu um raio-x mais fiel, que inclui fragmentos florestais em estágios iniciais de regeneração. A análise revela que o estado do Rio tem hoje 30,7% (cerca de 1,3 milhão de hectares) de sua Mata Atlântica original – na capital carioca, este número é de 29,3% (34.803 hectares).

Além disso, houve o encontro de diversos especialistas, que se dividiram em painéis sobre os temas Mar, Cidades, Água e Clima. Os seminários levantaram discussões importantes e atuais de relevância como a situação das águas, poluição da Baía de Guanabara entre outros temas. A Fundação SOS Mata Atlântica também aproveitou a oportunidade para entregar os kits de monitoramento de água para os grupos de voluntários do Rio de Janeiro, que farão parte do novo ciclo do projeto Observando os Rios.

Malu Ribeiro, que é coordenadora do projeto Observando os Rios destaca que é necessário engajar a sociedade para vencer os desafios de despoluir os rios cariocas. “Este é um dos objetivos principais ao trazer o projeto para o Rio. Chamamos a atenção neste evento o descaso do saneamento no Brasil nas últimas décadas e convocamos a sociedade a mudar isso, colocando água e floresta na agenda prioritária do país".

Na última sexta-feira (15), na Assembleia Legislativa do Rio, o ciclo de debates do Viva Mata foi encerrado com o seminário "Desafios para a implementação do novo Código Florestal", que avaliou os desafios para a implementação das novas regras.

A Fundação SOS Mata Atlântica ainda apoiou a campanha ‘Água Limpa é a Onda’, realizada neste fim de semana pela melhoria da qualidade das águas e a limpeza das praias do Rio de Janeiro. A ação ocorreu na praia da Barra da Tijuca, com uma tenda montada próxima ao palco principal da etapa brasileira do Campeonato Mundial de Surf, onde foram recolhidas assinaturas em defesa de políticas eficiente de saneamento e despoluição. Atletas do Surf aderiram à iniciativa, a exemplo de Gabriel Medina, primeiro brasileiro campeão mundial do esporte, e Filipe Toledo, vencedor da etapa Rio do Mundial. Além da Fundação, a campanha é promovida pela organização Uma Gota no Oceano, com a participação do Instituto e,  Associação de Surfistas e Amigos da Prainha, Associação de Surfistas e Amigos do Leblon, Arpoador surf club, entre outros coletivos.